domingo, 26 de agosto de 2007

VÁ! * Marantbarfer

Vá meu pássaro livre, ver torres turvas, noturnas, nessa propensa Babel
Vá para bem longe e transgride, balés azuis que compus, com o louvor
de Ravel
Vá meu pássaro belo e leva teus olhos do mais doce aço à essas nuvens no céu
Vá rejeitando anseios,tardios escritos, marcados à sangue, em corações de papel

Vá mas não te esqueças de mentir pro irmão sol da manhã, que não há dor
Vá mas não te esqueças de sentir qual irmã lua da noite, que até houve amor
Vá minha nuvem leveza, digníssima alteza, Imperatriz da Escócia, que trás o povo em louvor
Vá minha tocha acesa, caça para minha presa, culpa maior do meu ócio, que devoraria em ardor

Vá mas tome o rumo do atol, na ilha que me ilude, essa Noronha sem fim
Vá e beba da água pura, preserve o lúdico ar, e os açudes dali
Vá mas não te esqueças de fingir para a lasciva do sol, que não estás mais aqui
Vá mas não te furtes em sorrir para essa lúdica lua que já pergunta por ti, por mim


Vá minha vida de ontem, meu gosto bom de romã, meu renascer, minha aurora
Vá minha pirâmide do Egipto, meu pólen procriador, bonita flor da amora
Vá meu fruto bom de morder, bebida que ao sorver, me faz feliz, revigora
Vá menina que é cedo ainda, eu já passei do meu tempo, e passarei mais ainda, ao te tornares senhora

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