terça-feira, 21 de agosto de 2007

A PORTA ABERTA (dez./1994) * de Marantbarfer

Minha menina nasceu
Doce feito bala, enfeite cruzando a sala
É o lado claro da casa

Luz acesa de vida, sem medo de ser ferida
Menina com pés de asas, a minha moça atrevida

A moça que Deus me deu
Cantava e batia palma prá remexer minha alma
Chegava c'ua minha cara

Me dava as mãos e tremia, aquela moça que eu tinha
Aquela moça só minha, leveza recém nascida

Minha menina cresceu
Bela como um falcão a flor do meu coração
Já não me dá mais a mão

Cálice que transborda, pro outro lado da porta
Me lota o peito de medo, rezando por sua volta

A moça que Deus me deu
Já alcançou outras ruas, já se enfeitou com a lua
A vida agora é só sua

A brisa com muito gosto já lhe beijou todo o rosto
Não sou seu único amado, a moça quer namorado

Já lá se vai minha amada. Quase adulta a danada
- " Quando partires formada, prá tua própria morada
Deus estará junto a tí, minha menina adorada! " -

Não tome atalhos, portanto; prá sonhos de outras vidas.
Caminhe na trilha certa
Se precisar de amor, minha querida
A porta estará sempre aberta!


* à Roberta(Valente)Ferreira, minha filha.

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