Eu, proibido? - é um revide à censura prévia estabelecida
por minha querida amiga Claraflor de Maio.
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Covardemente preso, eu atado, encostado à parede
Pela ponta do seu dedo, eu coitado, atado em sua rede
Não propenso, in concreto, denso, ávida pena, com sede
Eu tolhido, impedido, proibido, acuado, atado, censurado
Eu sem o sentido dolorido, sem o elã do atrevido, sem legado
Eu mordido, vedado em meu latido, banido, rendido soldado
Acabrunhado, prostrado, arcado, poeta que não fala do amor que cuida
E se não fala de amor, não fala também de dor, de flor, do que torna uma alma surda
Já que tudo isso leva ao amor, que proibido foi, por ser auto-ajuda
O que fazes de asas brancas nesta estranha mesa?
Sei que não sabes voar nem quero que tentes
Renovas dessa forma singular minha estranha crença
Misteriosa e bela, tenho medo do que guardas no teu mais fecundo
Estrangeira, excêntrica, úbere entranha, oco útero do mundo
Calas minha boca com essa calma louca, quem dera minha rouca voz de mudo
Piedade! Que alguém me acuda
Me quebre a corrente, prá que eu fuja
Dessa desdita, dessa dita cuja
Que lava na rua nossa roupa suja
Que lê minha mão, mira meu coração com olhos de coruja
E me proíbe a fé que tenho, no galho de arruda
Minha poesia torpe, tão vadia pobre e curta
Não passa de combalida e fútil,tardia, maldita auto ajuda...
Eu sem conselho... Sem Paulo Coelho
Não passo de um fedelho
Arrancando os cabelos na frente do espelho
Ou rezando no milho, ferindo os joelhos...
Ta proibido mesmo, é..?
sábado, 25 de agosto de 2007
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