quarta-feira, 29 de agosto de 2007

TEMPO PERDIDO * soneto de Théo Drummond

TEMPO PERDIDO


O vento crispa as águas da lagoa,
pequenas ondas vem morrer na areia.
A brisa, refrescante, é limpa e boa,
brilha no céu, tão pura, a lua cheia.

Eu sou talvez a única pessoa
que estando aqui e olhando as coisas, creia,
que a solidão é dor que embora doa,
não dói demais, conforme se alardeia.

E assim, na madrugada que sem sono,
a olhar a natureza me abandono
sem perceber que a aurora se avizinha,

Começo a me indagar porque se vive,
e me pergunto porque nunca tive
esta paz que podia ser tão minha...

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