Eu que ardo em ciúmes
Nessa cama úmida e fria
Me guio em luzes de vaga-lumes
Pirilampo nessa noite tão vadia
Numa noite de desejo e fome
Lembro que me disseste não ter dono
Que miserável e torpe homem
Poderia acalentar teu sono?
Quem suportaria a responsabilidade
De saciar esse corpo de iniqüidade
De mantener a loucura e a voracidade
Que explode desse ventre de felicidade?
Sei que é leviandade
Mas como desejo o frescor de mocidade
Que brota dessa vaidade
De mulher em puberdade
Eu, que me imagino repousando sobre teu umbigo
Contemplando o teu oculto abrigo
Entre pêlos, que se houverem, cor do trigo
Te enfeitam esse desejo, esse castigo
Eu que imagino essa gruta louca
Calor a se desfazer em minha boca
Eu que só quero ouvir prazer na tua voz rouca
Querendo mais dessa doidice pouca
Um dia vou ter que te pedir. Dá pra mim ?
Tende piedade de quem sofre tanto assim
E me concede essa esmola, em fim.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
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