terça-feira, 21 de agosto de 2007

DELÍRIO SUPERSONICO * de Marantbarfer

Você labareda de Acrópole, que plaina plena pro pouso
Você cume do plano, cimo do que vê o pobre cego olho
Supersonicsoniabólidoaeronave, multiespacial-intergalática
Navegavelmente improvável, uva nascente da Grécia terráquea

Você que sabe que é tão voluptuosa e quer que eu saiba também
Você que é tão gostosa, sedosa, garbosa, que me deixa prosa à dizer amém
Você que é sensual, carnal, louca atemporal em menina virginal, mulher no plural
Você que teima em transformar o inocente e o puro em tosco animal visceral

Você doçura visual, que se oculta na distância tamanha que me entristece
Você no meu sangue, droga irreversível, me diz que é possível e sem que eu sinta me endoidece, enlouquece
Você mesma, aí tão assanhadinha com esse dedo na boca, em interminável tentação
Você que com essa maldita blusinha e essa doce calcinha só nos cobre de tesão

Eu que ao ver seus cabelos de fogo te imagino tão nua e te sigo ereto por esse arrebol
Eu que viajo nas noites em volta de ti e me queimo e transpiro como se em volta do sol
Eu que te sonho e me bronho de volta a idade insensata, a imaginar-te os antros e o tal dedo na boca
Eu que já fraco e cansado aqui nesse teclado te toco com sede nos lábios ocultos e molhados de louca

Eu que já nem sei o que posso, se posso, se deixas que eu veja e almeje lamber-te e chupar –te a cereja tão quente
Eu que não sei se deleto de vez, ou indiscreto talvez permaneça em você, galopando tão ardentemente
Eu só, nessa tela gelada, sorvete sem gosto, sem pelo, sem cheiro, sem carne, vagando o arremedo
Eu milagroso que sou, cubro esse vidro tão liso de um gozo infindo, vendo em tua boca algo mais que um dedo

Depois acordo suado, atrevido
Constato o delírio e me suicido.

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