sábado, 25 de agosto de 2007

SAUDADE DE CLARAFLOR DE MAIO * de Marantbarfer

Divagando na saudade de Clara

Queria ser assim, como vocês
Usar o velho pano que cobriu o outro
Entender aquele que tão pouco fez
E recolher o vago, o que anda solto

Queria ser de fato quem pouco procura
Dormir com fome sem sonhar loucura
Considerar o fato de haver fartura
E suportar a fome inclemente em fúria


Queria ser tão simples e te ver tão pura
Considerar que a vida é só risura
Viver tais dias pleiteando curas
Demonstrar mesuras, exacerbar lisuras
E depois ir-me triste à procurar canduras

Mulher perfil de quem jamais quis bem
Mulher perfil de dó, que diz Amém
Mulher febril fatal que faz refens
Mulher sutíl que cata meus vinténs

Ah! Rara Clara Flor de Maio
Que pinto em tela de ensaio
Em óleo rubro ouro nos tons claros
Com sombreados puros e tão raros

Ah! Clara rara maio em flor
Onde estará teu pensamento e dor?
Te mostra prá eu rever tua tez e cor
Porque o abandono, o desamor?

Nenhum comentário: