sexta-feira, 28 de dezembro de 2007


PRA VOCÊ!

Porque eu desejo pra você algo mais, ate

Do que desejo pra mim

E isso se deve ao fato de você ser imprescindível em minha vida

Tanto quanto a flor e o perfume que respiro

Porque eu desejo de você coisas que nem sei pedir e dizer

Coisas que só a minha ambição desmedida

E a incoerência da minha parca educação tão sofrível

Não consegue respeitar e calar

Porque meus desejos truculentos e tantas vezes desmedidos

Tropeçam e se envolvem como pés no pó

Impertinentes, tresloucados

E eu frágil e tolo nem me conheço mais

E por ser assim tão fraco e fútil

É que incompetente, me perco nas palavras

E aí preciso de recursos especiais

De talentos maiores, para dizer o que não consigo

Para cantar o que não sei

Para chorar lágrimas tão ocultas e difusas

Para mostrar o que escondo de você, de mim, da vida

E aí tenho que recorrer ao poeta de verdade

e poeta de verdade é esse que encontrei, não por acaso.

Sr. Carlos Dias, de quem lanço mão da obra agora

Para falar do que só eu (?) sinto...

Marferart – 25/Dez./2007

À Tí

Eu desejo

Que nos dias de chuva

Você se permita escutar

A melodia dos telhados

Que a mercê das mágoas

Busque lembranças que prezem

Pela alegria

Desejo que a vida lhe abrace

No dia em que você precisar

De companhia

E que o vento lhe sopre pistas

Sobre onde encontrar

Paixões e sonhos.


Carlos Dias

sábado, 15 de dezembro de 2007

OLIVIA BYNGTON * por Marantbarfer

Olivia Byngton

É preciso rastejar
Esfregar a cara num chão
Rude e muito sujo
E, num bueiro sem tampa
Um mergulho profundo

Nas baratas tantas e tontas

Do dito cujo

Pra só então merecer os braços leves e ardentes de Olívia Byngton

É preciso caminhar
Num asfalto negro de gordura
Liso, o dito cujo
Com baratas tontas e tantas
Na Prado Júnior


É preciso beber
Cruzar réu, novas poças
Nos paralelepípedos transparentes
Nos alados trilhos, magros
E num bar sombrio um trago, um samba

E aí... Cair nos braços leves e ardentes de Olívia Byington
Ainda sujo de lama e sais

AFLORA * por Maranbarfer

AFLORA

No meu perfil tem isso...
Te acho tão acima disso
Aflora tua flor no meu caminho.
Aflora teu caminho em minha flor
Se possível, dá-me tua mão.

Quero tua mão no meu caminho.

TEU FRUTO, QUEM DERA? * por Marantbarfer

Teu fruto, quem dera...


Quem dera eu poder cobrir tua alma todo dia
Cobrir com meu lençol de fogo e poesia
E te acordar por todas as manhãs de abril
Com cantos, súplicas e silvos do pássaro mais sutil

Quem dera eu poder ser único nas águas do mundo
O barco certo que navega manso qual vagabundo
Prá te colher dolente como náufraga entregue e pura
E te tratar prá sempre com a cura da mais doce fúria

Quem dera eu rasgar-te assim o fruto espúrio virgem
Com tal enlevo lamber fragrâncias do impuro hímen
E ao sorver teu leite casto roçar-te a barba, em mórbida vertigem
Soprar-te os pêlos. Cobrir c’ua fronha tua vergonha que os olhos fingem

Depois erguer à janela o lençol branco dando ao povo, fé
Que o fruto que comi é fruto dos maduros, fruto de mulher
Não apedrejem pois, a miserável ré...
Que dorme vaidosa, pois vaidosa é.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

ACORDEI...? * por Marantbarfer

Tem dia que amanhece claro e límpido!
Dia em que o sol bate à janela com veemência
Quando a claridade afirma que é findo
O tempo de se cultivar a tola carência
É um tempo de se ver como é lindo
Se entregar ao amor e a inocência

É o dia, que me sacode a cama
Cujo o sol me aquece o sangue e a alma
E tudo isso me eriça e me inflama
E me supera forte e atropela o trauma
De te amar, com coragem e sem drama
E só então te toco com a mais louca calma

Dá prá sentir na pele e no pêlo minha torpe mão?
Te causa incômodo que eu avance cego pelo teu vão?
Suavemente, há de ser, prá te encontrar o tesão
Mas, selvagemente morder a carne tenra do teu coração
E francamente, beijar-te aos gritos e gemidos de paixão

Prá no fim de tudo, depois de tudo, parar
E contemplar o palpitar do teu corpo, o arfar
Entregue e frágil como criança linda à "ninar"
Sem jeito de pedir mais ao amar
De implorar por mais um recomeçar...

Desculpe se te molhei tanto assim
É que senti ser tão bom para mim
Que me perdí no vôo intenso e sem fim...
E nos mansos delírios de querubim,
Nesse teu verão de Berlim.

Tomara que um amor entregue assim
Se espalhe pleno, qual ininterrupto carmim
Como as marcas rubras nesse lençol de cetim
Ou nas do teu corpo, de perfumado marfim
Que ainda decifro, qual complicado latin

Por hoje, fiquemos assim abraçados
Sentindo os corações tão rasgados
Também sorrirem alados
Assim tão entrelaçados
Cheirando a sexo, suados
Por gozo extenuado...

Ha!... Esse arroubo de ímpeto!
Esse êxtase infindo!
Como esse dia está tão claro e límpido!?


(será que acordei mesmo...?)

sábado, 8 de dezembro de 2007

SENTENÇA * por Nina Mel em 30/11/07 ás 01:30hs


Sentença
...que te fiz para punir-me assim,
ao acaso fui julgada e setenciada
não é justo...cadê meu telefonema...

Se cá estou presa aguardando
transporte, cadê meu advogado...
Fui julgada onde ele estava...
Que não ouvi nem apresentei ,
Os motivos que nem eu sei..

No dia em questão nem amei...
Ao menos ,quando dei por mim...
Presa...enjaulada ...aprisionada...
Onde puseram meu direitos...
Embaixo de que pedra polida...
Bruta...num canto, já em pranto
Enfrentando... seu desencanto.
O silêncio ...escavado já aos berros...
e aquele grito estarrecedor,já sem cor
jaz nos subterrâneos não antigos , mas
contemporâneos...Ah! como quero
na luz do luar alguém encontrar.
E gritar Juiz que foi que fiz
Algemada ...fui amordaçada...
Meu grito ecoou na masmorra
Meu amor impedido foi de ver-me
Privada fui de almejar ou querer.
Essa foi a sentença...perder a crença
encontrar grades dilacerantes...
sufocantes e momentos angustiantes
que lutamos , para vencer para num
último momento, amar livre como antes.


II - da série confissões


,,, Se Não Enlouqueci! * por Nina Mel

se não enlouqueci....
nem parti ...
é por que ainda não atualizei
minha página...
pelo simples receio
de perder o medo...
de abrir os olhos...
e ver quanto tempo...
se passou apesar....
de minha inconstância...
e de minha permanência...
nem sei mais do que...
queria sim sentir
um enorme e quente abraço
e num amplexo tão desejado
me perder no beijo morno e quente
insano e profano
que por meus febris desejos
passa e repassa
quanta asneirice meu amor...
quanto desejo ,quanto tomento
que maluquice... que devaneio
que mádido desejo
agora tenho apenas
uma sentença...
uma saída
fazer calar esta
" niña "
e dá-la por esquecida
é uma das saídas
acho que endoideceu
e se esqueceu....
perdoe-me
o Atrevimento
meu amor......
soi la culpada
amei muito


da série confissões
" A Fresta "
Pela porta escancarada,
Entrevejo a noite enluarada,
Em seu último esplendor
E deposito sobre o aparador
Os objetos desnecessários
Como a chave , o remédio,
A água e entrevejo um corpo
Inerte ,ausente,sem expressão
Estático quase sem vida,envolto
Em panos ou faixas, difícil
Crer que ali existe um ser
Humano com coração, com expressão
Mais ainda saber que é uma mulher
Que ama, sente , procura mais e mais
Seu semblante , sua vida
Seu pranto...um manto ,
Que a possa aquecer ,
Fazê-la esquecer as horas de agonia
Esquecer -se de seu augoz
Para encontrar sua vida.
por Nina mel

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

DOR * por Maranbarfer

DOR

A dor atinge os muros, as árvores, o pântano
A dor atinge os mares, as claves, o âmago
A dor atinge os puros, os frágeis, os brandos
A dor atinge os belos, os broncos, os lânguidos

A dor se espalha qual neve, qual chuva, qual vento
A dor não sabe de dor, tristeza ou sofrimento
A dor só flerta com almas, com vidas, no triste momento
Em que dor, como dor, é suprema e te inunda o lenço

Mas a dor também passa, também morre e se vai
Mas á ela nada resta, nem saudades, nem áis
Portanto fique firme e atenta, pois a ela dirás good-bay
E ficará apenas a beleza e a leveza de quem te deu amor e paz
Ela sim... Na saudade da ausência, não esquecerás jamais...

E ainda, saiba, que poetisas não morrem. Apenas se afastam demais.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

É Tão Lindo o Tempo! * de Marantbarfer

Carinho e saudade para NINA

É tão lindo o tempo!!!
Pena que não te vejo.
És tão linda assim, meu vento
Sinto-te como a um arpejo

Daqui te vejo pouco, qual nada
O escuro do castelo e a luz, a mão
Daqui só te imagino, és fada
Além dessas tuas mãos, te vejo o coração

Te vejo e vejo a raíz, família
Te vejo e vejo o sonho, a paz, o dentro
Te vejo e vejo a mãe, o pai, a filha
Te vejo e vejo a razão verdade, o cume, o centro

E fico a pensar porque, tão longe ficas
Seria possível haver amor assim só prá mim?
E fico a pensar porque consomes tantas vidas
A dor de amor que me rasga o pobre rim
Silêncio e escuridão para proteções sofridas


Ah! Pudesse eu abrir tuas mãos para um abraço tal
E melhor ainda, fosse esse abraço eterno e fatal
Para causar ciúmes pela terra à dentro para todo o sempre
E findar por ser, amor daqueles plenos, que fertilizam o ventre

De amor carnal que funda e confunda o visceral e nos suje ao lamaçal da mente
Um amor letal, o que abunda o bem e o mal. Dos que só saiba quem sente...

ME ADICIONA * por Marantbarfer

Me adiciona

Me adiciona, não em orkut's da vida

Não nesse vasto mundo internáutico
Mas sim nessas dores rasgadas, sofridas
Nesse desacerto interior, amargo, cáustico

Me adiciona, sim, em seu coração
Em sua vida, em baixo dos seus cabelos
Onde se esconde sua vergonha, no vão
Por baixo, por dentro, dos pelos

Me adiciona onde é raro o seu pudor
Onde ninguém vê, onde é noite e silêncio
E faça isso com medo, com loucura, com pavor
E faça isso despudorada, nua, sem documentos, sem lenço

E me ajuda a entender o que está acontecendo
Eu, que não sei mais fazer e só me rendo
E te peço ajuda com o rosto molhado, o corpo suado, sofrendo

Me adiciona e me salva
Trata da minha alma
E depois deleta, me estraga...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

FOI BOM TAMBÉM PRÁ VOCÊ? * por Marantbarfer

Foi bom também prá você?


Então sentiste o roçar?
Mas foi tão leve, vadio
Que bom poder relembrar
Nem sei se foi quente ou frio

Então sentiste o bulir?
Prá tí foi frágil, sereno?
Fiquei tão tenso ao sentir
Que havia em tí um veneno

Algo que incendiava
Em labaredas sutís
Algo que tanto apertavas
Em tuas mãos tão febrís

Então sentiste a intenção?
Porque ficaste quieta?
Te quis morder o coração
Te invadir toda a fresta

Então sentiste minha mão?
No teu calor mais demente?
Te invadir com paixão
Num puro ato indecente

Não pude ouvir tua voz
Não pude ouvir teus gemidos
Teu contorcer tão atróz
O desvairar dos sentidos

Ah! Se eu pudesse te ver.
Só prá te enlouquecer
E perguntar sem querer
Foi bom também prá você?

PUPILAS * por Marantbarfer


Art Mar Fer
PUPILAS

Inquietante sua pupila
Mesmo não me olhando, assim meio que distante
Sua tez é verdadeira, como a minha de argila
Prometida em virar pó, quando eu tornar viajante

Inquietante sua pupila
Mesmo tão sorridente tem um jeito temeroso
É calma, porém aflita. Acalma, porém agita
Alegre ou talvez sofrida, com jeito tão amoroso

Gostei dessa sua pupila
Jamais me dispus em vê-las. Pupilas, que devo tê-las
As minhas talvez aflitas, as minhas talvez tranqüilas
Quisera poder doar-te, te ver e em teu semblante vê-las

Gostei dessa sua pupila...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

NUNCA TE PERGUNTEI...*por Marantbarfer


Estava vendo você sentada, aquí, ao meu lado.
Acho que toquei meu pé no seu.
Sentíste?

Tentei ver seus olhos, mas sempre os desvia.
Tentei ver seu queixo, sua testa, seu nariz...
Porque não olhas para mim?

Quis te dizer coisas. Mas pareces não querer ouvir.
Quando voltas à mim, falas de assuntos que eu não estava pensando
Assuntos diferentes, como a me ignorar ou a adiar o fatalismo

Estava olhando seus seios, seu colo,suas pernas.
Te ajeitastes e te recobristes.
Pudorosa.
Medrosa.
Ou ansiosa como eu?
Ou temerosa como eu?
Ou desesperada como a vida?
Ou prestes a deflagrar, louca varrida?

Silêncio!
Nada dizemos
Tudo notamos
Quis pigarrear, mas pigarrear é feio
Quis esbarrar em suas mãos
Não tem graça, suas mãos conheço de sobra
A vejo tanto... Quase tanto como sua obra.
Quis esbarrar em seus seios
Mas pisei em meus indeléveis freios
Quis por as mãos em suas coxas
Quem dera coragem. Pôxa...
Quis te abraçar num repente
Te beijar a boca
Que coragem pouca

Nunca perguntei, me amas?
Tarde demais. Peguei meu chapéu e a estrada
Nunca perguntei, me desejas?
Tarde demais. Dobrei o véu da encruzilhada

Nunca te perguntei...

DÍzimos * por Marferart

Dízimos


eu aqui, tão pardo
Incendiado
me acovardo
e tardo.

Eu aqui inebriado
desvairado ardo
Me viro de lado
E te aguardo

Escritos ocultos?
Proibidos segredo
Ficaremos tão surdos?
Retidos em medos?

Que faço do escrito que dizes fresquíssimo
Oculto prá sempre, proibidíssimo?
E com as coisas que sinto no ventre mais íntimo?

Porei na gaveta, serão nossos dízimos!

Á N.A.

BOCA PEQUENA * por Marantbarfer

BOCA PEQUENA


Essa boca tão pequena, sei que vale a pena
Tem jeito de carinho, tem jeito de carícia
Essa boca tão pequena, que provoca o poema
Tem jeito de beijinhos, tem jeito de malícia

Mas com todo respeito, eu já refeito
Recupero o equilibrio e resolvo falar amenidades
Mas logo me perco e cedo ao podre defeito
E desavergonhado volto a falar de liberdades

Bem que tento me conter
Esquecer tuas mãos, tua luz
E minhas mãos, onde pus?
Mas meu caráter indelével,
Não te consegue esquecer
E sede à vil tentação do que me arde e seduz

LIBERDADE * por Marantbarfer

Liberdade

Livre é o amanhecer, que me beija a face
Livre é o anoitecer, que me ama e parte
Livre é a luz que me penetra o sangue e ferve
Livre é a água que me lava a alma e embeve

Rasgaria portanto prantos até o fim da idade
Muito diria sobre essa enorme ambiguidade
Eu, que nem sei viver essa tal FELICIDADE

Se não tenho, quero ter!
Se a tenho, que fazer?

SEIOS * por Marantbarfer

Seios

Seios para aparar lágrimas
Anseios, para encantar as almas
Os fartos, os rijos, os belos e os feios

Murcho, caido, latente
Duro, ereto, doente
Seio único, friável, o de Carmelita
Que se o contempla, seu silêncio grita

Acoberta onde dói a dor
Emoldura onde dói o amor

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

LIBERDADE * por Marantbarfer


Liberdade

Livre é o amanhecer, que me beija a face
Livre é o anoitecer, que me ama e parte
Livre é a luz que me penetra o sangue e ferve
Livre é a água que me lava a alma e embeve

Rasgaria portanto prantos até o fim da idade
Muito diria sobre essa enorme ambiguidade

Bom seria, conhecer os campos férteis da LIBERDADE
Eu, que nem sei viver essa tal felicidade

Se não tenho, quero ter!
Se a tenho, que fazer?





sexta-feira, 23 de novembro de 2007

" O FIEL COLIBRÍ (Uma Maneira de Dizer Tchau!)" * por Marantbarfer

"Uma maneira de dizer tchau!"

Queria poder tocar suas mãos, daqui.
É muito bom vir, mas é chato todo dia ter que ir
E esse esperar infindo, por poder te bulir
Ainda bem, há seus poemas. Me emocionou muito o último que lí
Você me pareceu mais leve, mais solta, mais free
Como uma menininha, mascando chiclettes, de calça lee...

Quanto as mim, continuo te buscando aqui, alí...
Penso no tempo que há de vir, o futuro, o porvir...
Em como te fazer feliz, te servir
E prá sempre ficar, jamais partir
Como um fiel colibrí...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

AQUI FAZ FRIO! * por Marantbarfer


Aqui faz frio.
Aqui no meu coração, no meu peito
Aí está quente, dentro em você, no seu leito
E eu corroendo meus podres defeitos

As vezes penso em tua cintura, na maciez
Me vejo mordendo, lambendo tua tez
Com cuidado para não deixar marcas em tua nudez

Sei que tua língua é tenra em prosa
Como a auréola dos teus seios eretas e róseas

Mas os lábios ocultos, pétalas em flor
Além
de róseos são loucuras de amor

E eu aqui com frio
Louco por seu cio
Nas fantasias que crio...

POUSADA * por Sonia Cury

Loucura na pousada...

À noite tarde, tarde noite...
Em transe de açoite
Naquela pousada,
Eu te amei em tormento
Meus seios sob blusa carmesim
Pontudos lhe diziam sim.
Tua boca ávida, seca de prazer
Engoliu-me a ponto de deixar-me imóvel.
Tuas gostosas coxas quentes
Enlaçavam-me em frementes
Amarras do trepar,
Já na iminência de gozar...
Você arrancou minha calcinha,
Senti a delícia das tuas maos
Quando em delírio violento
Teu pênis adentrou minhas entranhas.
Renasci e acalmei o teu desejo,
Que mesmo agora ainda vejo
E sinto o ardor,
O teu gemido do gozar,
O sugar,
O morder,
O mamar,
O beijar

sábado, 17 de novembro de 2007

CAMINHANDO NO MEU DESERTO * por Marantbarfer

CAMINHANDO NO MEU DESERTO *

Ao caminhar no deserto é preciso atenção especial
Um caminhar a passos constantes em reto equilíbrio
É preciso ver o sacrário antes do prenúncio inevitável do mal fedido
É preciso ser alma lavada, elevada e bicho dos primórdios, anfíbio

Ao caminhar no deserto é preciso voar com a leveza da gazela
O flutuar prazeroso da águia que busca plena o cume do canion
É preciso o cajado de Ghandi, de Paulo, de Pedro e de Jesus, a vela
É preciso beber o ar, comer o vento, como Meishu-Sama, respirar o som

Ao caminhar no deserto é preciso saber do seu destino
Conhecer os dizeres do sol insano, termistor, que ilude
É preciso saber caminhar, dosar o ir, medir o vôo, pisar com mimo
É preciso estar em festa, rezar feliz, cantar o hino que salva e te faz imune

Ao caminhar no deserto é preciso ter chorado muito por essa e por outras vidas
Ter perdido todos os amores efêmeros que te foram possíveis viver no tempo
É preciso ser milagre do capim na areia. Querer renascer do nada. Vitimado em perfídia
É preciso desejar e colher o perdão almejado se dando de novo, sem pressa, lento

Prá caminhar no deserto é preciso se despir de tudo, lavar alma com soda cáustica e purificar com água benta
Prá caminhar no deserto é preciso começar de novo e correr perigo, reviver o amor, reaprender a crença
Um dia eu até pensei que poderia caminhar no meu deserto, mas atirei fora minha bússola e vaguei sem razão.

Mas agora acho que encontrei algo, de nome a prática do Sonen, que fala uma outra língua
Eu que já elegi a segunda pessoa que me observa e critíca.

Eu missionário de meus antepassados - Eu partícula divina...

VÁ ! * por Marantbarfer

VÁ! * Marantbarfer

Vá, meu pássaro livre, ver torres turvas e noturnas, nessa propensa Babel
Vá, para bem longe e transgride os balés azuis que compus, com o louvor
de Ravel
Vá, meu pássaro belo e leva teus olhos do mais doce aço a essas nuvens no céu
Vá, rejeitando anseios, tardios escritos, marcados a sangue em corações de papel

Vá, mas não te esqueças de mentir, pro irmão sol da manhã, que não há dor
Vá, mas não te esqueças de sentir, qual irmã lua da noite, que até houve amor
Vá, minha nuvem leveza, digníssima alteza, Imperatriz da Escócia, que trás o povo em louvor
, minha tocha acesa, caça para minha presa, culpa maior do meu ócio, que devoraria em ardor

, mas tome o rumo do atol, na ilha que me ilude, essa eqüidistante Noronha sem fim
Vá e beba da água pura, preserve o lúdico ar, e os açudes dali
Vá, mas não te esqueças de fingir para a lasciva do sol, que não estás mais aqui
Vá, mas não te furtes em sorrir para essa lúdica noite que já pergunta por ti, por mim


Vá, minha vida de ontem, meu gosto bom de romã, meu renascer, minha aurora
Vá, minha pirâmide do Egipto, meu pólen procriador, bonita flor da amora
Vá, meu fruto bom de morder, bebida que ao sorver, me faz feliz, revigora
Vá menina, que é cedo ainda e eu já passei do meu tempo. E, passarei mais ainda, ao te tornares senhora
Vá, meu ramo de flamboyant, meu renascer do amanhã, rubro-amarelo feliz, riso e fulgor dessa flora

Vá, meu amor, que já é tarde, agora...

AMAR VOCÊ! * por Sonia Curi

AMAR VOCÊ

É sentir perfume de rosas
Embora longe de jardins
É tocar as estrelas
Embora possa apenas vê-las
É ouvir a mais bela canção
Da harpa dos querubins.

Amar você
É sentir na pele
O suave roçar da chuva
O cheiro da terra molhada
Que alegra o canto do sabiá
E desperta a madrugada...

Amar você
É compor em versos d'alma
A força do sentimento.
Embriagar-me do vinho mais raro
E me perder nos mais doces
Pensamentos.

Amar você
É sentir o aroma da manhã,
O calor do sol ao nascer.
A nada se compara...
Um amor assim.
É me perder em você,
É esquecer de mim...
É meu jeito de te amar
É o meu amor...

Em fim, amo você!

PÁSCOA * por Sergio Ricardo

PÁSCOA *


Dê um CLIQUE DUPLO nesta Páscoa !

ARRASTE JESUS para seu DIRETÓRIO PRINCIPAL
SALVE-O em todos os SEUS ARQUIVOS PESSOAIS
SELECIONE-O como seu DOCUMENTO MESTRE
Que Ele seja seu MODELO para FORMATAR sua vida
JUSTIFIQUE e ALINHE À DIREITA e À ESQUERDA, sem QUEBRAS na sua caminhada
Que Jesus não seja apenas um ÍCONE

Um ACESSÓRIO ou uma FERRAMENTA
Um RODAPÉ... Mas o CABEÇALHO, a LETRA CAPITULAR
A BARRA DE ROLAGEM de seu caminhar.
Que Ele seja a FONTE da graça para sua ÁREA DE TRABALHO
O PAINTBRUSH para COLORIR seu sorriso
A CONFIGURAÇÃO de sua simpatia

A NOVA JANELA para VISUALIZAR o TAMANHO de seu amor
O PAINEL DE CONTROLE, para CANCELAR seus RECUOS
E COMPARTILHAR seus RECURSOS, ACESSAR o coração de suas amizades.
COPIE tudo que é bom DELETE seus ERROS.
Não deixe à MARGEM ninguém

ABRA as BORDAS de seu coração
REMOVA dele o VÍRUS do egoísmo.
Antes de FECHAR, coloque JESUS nos seus FAVORITOS
E sua Páscoa será o ATALHO de sua felicidade!


CLIQUE agora em OK para ATUALIZAR seus CONTEÚDOS!

O HOJE * por SONIA CURI

O HOJE – por Sonia Curi

Hoje acordei com vontade de você
Pensei em sua boca macia, sua língua
Percorrendo meu corpo
Um arrepio me toma e me faz ficar excitada

Penso no que podemos fazer,
No prazer que nos damos
No desejo que nos consome
Na distância que nos une

Um frêmito percorre meu corpo mais uma vez
Sentindo seu corpo, seu desejo
Voraz, saudoso, guloso
Fazendo me sorrir, entre beijos e gemidos

Há uma cumplicidade implícita
Há uma troca ousada de carinhos
Há a carência, o tempo, a distância
Há a vontade de ficar e não poder

Mas hoje acordei com vontade de você

FRENESÍ * por Marantbarfer

Frenesí

Os teus beijos
e seus defeitos
provocam meus desejos.

E meus medos
adormecidos são assim
acordados
por carícias.

Destas doces mãos tuas
e a bela figura nua
que pelo meu corpo transitam
e me aterrorizam
e me excitam.

Levai-me ao frenesí conseqüente
e ao prazer (in)conseqüente
faz meu corpo indolente
suado e aderente, ardente.

Mente indecente
por sobre lágrimas inocente
que chora
que sonha
correndo quente por sobre a fronha.

Ter-te em minha tez crua
sem a noção do decente
pra minha pele nua
e minha alma tua
tão caliente,
tão obediente!

Sangue corrente
em meu corpo latente
que pulsa
e expulsa
o consciente
e nos faz
quentes
frementes
deliciosamente
dementes!


Nesses dias frios, penso em coisas quentes
Me perdoe por ser tão irresponsável e indecente
Beijos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

PROMETO * por Claraflor de Maio


FLÔR DO CERRADO:

Que irei me recolher no isolamento
da idéia louca
a correr pela casa,
cheia de inspiração,
aquela mesma inspiração q saí pelos poros,
qdo o poeta é apenas um louco
perdido em sua insonitas madrugadas sonolentas
e de repente olha o céu
vê a lua
cortejada de estrelas
e se transforma no monstro,
escondido no vazio do peito,
em seu castelo de sonhos bêbados
q não calam, por mil linhas ou mil letras
a piscarem na fria caixa azul
sem mais sem menos
ele se agarra a sua magricela esferográfica
e sente-se melhor,
pq a poesia é muda,
mas está ali com ele
em todos os momentos,
q oscilam entre a loucura poética
de um aprendiz das primeiras palavras-sentimentos
a engatinharem no pensamento
e o normal do ser desumano
q retém a poesia
p tentar fazer do louco poeta
uma pessoa normal;
mas nunca serás
pq somos loucos adorados
por nosso surto poético de cada dia...

VISTO * por Laura Matos

Visto...

Ouvi a porta se abrir, e por ali entrarem fantasmas,
Metem medo pelo seu silêncio...
Tropeçam nas cadeiras e nos móveis da sala...
De repente o vento ,
Balançando doidamente as cortinas,
Eu preciso sair e me afastar destes fantasmas
E não permitir que me sigam.

O frango assado que comprei na esquina
Está ainda embrulhado...
Tintão...Tintão...Tintão...
É o ruído que eles fazem...
Pegam meu embrulho de frango ...
Abrem a porta e saem sem fazer ruído...

E vou pra rua caminhar...


(este é o pequeno poema que transcrevi para ela,
agora ele se encontra em sua cabeceira...pra que
as enfermeiras e médicos vejam que ali tem uma
poeta...) Foi escrito no dia 27/10/07

Nina Anin

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

SER * de Marantbarfer

SER (canção em Am)

Ser samurai, ser shaolim
Aço virgem com marfim
Sabre protegendo o ser
Ser romancista transgressor
Ser som ensurdecedor
Como o grito de uma flor

Ter e doar paz ao viver
Olhos fartos de prazer
Perguntar e responder
Quem sou eu, quem é você
Crer, contemplar o esplendor
Ver o sol nascer, se por
E com mãos de lavrador
Semear um novo amor

Ser cio ávido prá lêr
Nas taboas do conhecer
O porque do amanhecer
Ser altruísta encantador
Um arauto redentor
Um arcanjo salvador

Ser travessia e renascer
Aura do resplandecer
Lâmina do transcender
De outro plano, de outro ser
Ser voz que acalma, paz que dura
Mãos que tratam, luz que cura
Ser constante reviver
Ser um tudo e nada ser

Anarquista, pacifista, ser amor, amor só ser...

sábado, 20 de outubro de 2007

TRÉGUA * por Nina Anin

Trégua


Reluzente espada,
Que tira a vida indomada,
Devolvendo-a a outras eras,
A amada terra.

Porque existem guerras !!
O porque da dor reserva,
A erva que se transforma,
Em grande megera.

Espada bela, tire a vida,
Da erva daninha ,
Que suga a seiva minha.

Ou atire em mim,
A espada cega, para que ,
Num só golpe minha mente tenha trégua.

domingo, 7 de outubro de 2007

ODE TORTA, AO TEMPO, CULTIVANDO PAZ! * por Marantbarfer



Ode torta, ao tempo, cultivando paz!
É ode a Nina, que transborda paz e a exerce sobre mim
De tal forma que transformo em seda o que sempre fui, cetim
Eu, larva de casulo, inseto vulgar, fico grande, em fim


A
luta, pela paz que tu trabalhas e desejas tanto
Se retrata na retórica tão reta e positiva que derramas
Se reflete no espelho de água clara, de teu pranto
E na vivência com anseio e fobia, dos teus dramas

A paz que tu cultivas e te esqueces , tão já
Estampa-se nas rugas que se riem da tua idade estúpida
A paz que trabalhastes e garimpastes, de forma tão braçal, à pá
Te olha agora, reconhecida e volumosa ao ser içada à máquina

Teus olhos vivos, latentes e cansados se mantém abertos
Se revigoram na água doce e tão azul, que provém da fonte eterna
Que se estiolam, como pássaros libertos que procuram o atol certo
Prá depois já bem cansados se unirem qual pálpebras, que hibernam


Vem a noite, a luz da lua reconhece o tanto tempo que mereces
Te ilumina toda a vida e a história com imenso zelo, e ardente desvelo
Vê teus braços e teu cansaço ao abraçar teu neto, envolto em preces
E a luz da lua nos velhos ciprestes, sustentando a neve do branco de teus cabelos

E assim o tempo passa lento à exibir teus feitos de ser poeta
E assim o tempo vira as páginas tão densas de sua vida, dos seus feitos tais
Até a última, longe ou perto, quem sabe..? Só a velha e curva flecha...
Que um dia Deus lançou e ainda viaja pelos campos, em que cultivas paz!

Por isso ouso essa ode torta ao tempo e a ti, que cultivas a paz!
Por isso ouso cada vez mais, só para te copiar, eu assim tão arcaico
Por isso esses meu versos, também tortos, tolos e prosaicos
Cansados, como quem não quer mais.
Sonhando com os campos fartos, que cultivastes, de paz!

À poetisa Nina Anin.

Me pareces tão forte e soberba. Me és tão significativa e segura, e superiora e notável.
E te insurges, notória... E te insurges, manifesto... E te insurges... E te insurges...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O VÔO DO ALBATROZ...* por Nina Mel

O vôo do albatroz...

Nenhum mar distante insufla dores...
em um semblante que se entrega...
a seu criador...sem dor ...espera apenas..
E a espera acaba em poucos minutos...
Alça o vôo como o albatroz
mas quando aterriza é um desastre...
Mas mesmo assim ele não desiste e dia após dia...
Com uma incrível disposição e não se permite...
Nem por um minuto o desânimo...
Eu tomo ou pelo menos tento tomar o seu exemplo...
Como um santo remédio...por que estando em trevas sei
Que encontrarei a luz e estando na luz sei que em
Algum lugar tem alguém muito especial que me conhece...
E que pede por mim a Deus quando estou sem forças...
Tem dias que um dia após o outro se traduz em solidão
Desespero
, desunião,desamor,dor.depressão, coisas

Corriqueiras mas insistem em aparecer e dizer que estão ali
Que estão vivas esperando que nos decepcionemos com
As horas e com os dias...chegamos as vezes a pensar em desistir
E
nos esquecemos por instantes do albatroz...

De sua persistência e perseverança....qual exemplos seguir ???
Uma simples ave, que vive tão longe de nós....
Em mar aberto ou numa enseada magnífica
A vida é bela, vale a pena viver cada minuto
E procurar a harmonia e não desistir...
Viver apenas é o verdadeiro mistério
E desafio...
E esperar sempre que o dia seguinte traga
Uma linda manhã ensolarada... para uma nova tentativa
E abrir bem as asas e alçar o vôo e voar com maestria
Para que ao retornar consigamos fechar as asas antes de
Tocar o chão...e fecha-las minutos antes de por o pé no chão
Para que a descida seja segura sem queda....


CÉU DE OUTUBRO * por Claraflor de Maio

Céu de Outubro



És o espetáculo das andorinhas cortejando a chuva
O balé das nuvens a carregar pensamentos
flores amarelas do confidente ipê
a dançarem no vento do dia de branco
partirem no eterno segundo do sinal vermelho
pra abraçar o sorriso
que levou para o trabalho a maldição bendita
praga dos anjos
o tal de amor
ilusão poética do poeta triste-alegre
Pela mão de tolos sonhos maravilhosos
coisa que faz sonhar viu nascer o raio
no céu de outubro
no céu cor de flor do cerrado
no céu do detrito federal

sábado, 22 de setembro de 2007

QUARENTA GRAUS * de Marantbarfer (canção)

Quarenta Graus (A7+ - f#m7 - F - c#m7 - bm7 - Dm - G#/em - Gm )

Em Copa flui um ar, quaisquer quarenta graus
Nas curvas desse mar o chopp é glacial
Leila Dinis despiu o sonho do Brasil
Nara Leão sorriu, encanto prá quem viu

Alguém que me quer bem, nervosamente rí
E anseia em ver meu vulto blue chegando numa calça lee
Quem disse que essa atriz não sonha com Paris
A vida grita, berra e diz: Prá minha moça ser feliz

As noites são tão vís, carícias tão sutís
Um beijo viceral (brutal) no aperto dos degraus
Meus gestos tão virís, com jeito de aprendiz
Te quero fazer mal na Galeria Menescal

E no hall do Rian o chic é concordar
Que esse tal de Jan-Luc Godard é mesmo muito undergraund
Gracinha Leporace encanta no Terrace
Deixando a gente assim tão "dow"... Bobinhos como o Lobo Mau

Norma Benguel, Luz Del Fuego, Brigitte Bardot
O sol já doura o Arpoador, do Castelinho ao Redentor
São tempos de Bossa e muito amor...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

MINH'OSTRA SEREIA LOUCA-Rainha da Marezia! * Marantbarfer


Minh’Ostra Sereia Louca – Rainha da Maresia

Quando estou tão faminto é que penso e sinto a gruta escorregadia
No alimento infindo e propenso que guardas, Rainha da Maresia
Almejo-te fresca ao meio-dia, com a língua lanha, vadia
Desejo-te tenra à meia-noite, chibata feita pra açoite
Te pesco nos pobres mercados, baratos
Te caço nos debruns praianos
Te rogo, te adoro, te imploro e sonho que te devoro
Te arreganho e esquartejo bem forte, deslumbro-me com seus dotes
Mergulho na mera concha vulgar a latejar como se à milenar jejuar

Te invado com fúria latente, pungente, até ferir minha boca
Te faço espúria, perdida, ardente, Minh’Ostra, Sereia Louca
Carente, eu, imprudentemente engulo o aderente sabor do néctar em fervor
Te espero antes. Alimento eminente, agora presa vulgar , de torpe torpor
E lambo-te as belas partes, as roxas, como um cão à danar
Chupo-te completamente, Minh’Ostra, com a língua longa de tamanduá
Sedento, murmuro acalantos em prantos, enquanto te sorvo os antros
Tolo, absorvo o odor do fedor, com as narinas prenhas de horror e pavor

E quando enfim secar tua mancha rubra de moça
E quando mais nada sobrar de ti, febril e já frouxa
Quando assim, farta e acabada santa Minh’Ostra
Eu fútil te lançarei já inútil à ação das moscas
Já que assaz bêbado caminharei pelas ruas das luas
Vagando no forte calor interior da tua ácida crosta
Tonto, sentirei o fugaz enlevo das carnes nuas e cruas
E eructarei teu pobre vapor-sabor, cálida Minh’Ostra

Senhor pundonor à vomitar a pústula
Meiga dor de amor à acalentar o espúrio
Assim fará o texugo, nervo-músculo úmido e estúpido
O que sobrará de ti, esdrúxulo molusco ?
Minha Rainha da Maresia, Minh’Ostra-Sereia Louca...

Agora cansado e envergonhado, sento-me triste ao meio-fio sujo,
Fumo e bebo a bebida mais rota, só pra lavar a fétida boca.

O Segredo da Terra * de Marantbarfer


O Segredo da Terra!
"A primeira lua, oculta, guardada, à espreita
Percebe tudo e denuncia ao arredio vento
Que esvoaçante rodopia o mundo e volta brisa
Comenta de leve, toda oculta, e entrega tudo ao tempo

Esse sabe que o mar ditoso,dissimulado, a tudo ouve e tudo conta à bruma
Que amiga é e nada oculta à inesperada, frágil e dolente chuva
Que ao ir-se, românticamente se entrega frágil e apaixonada ao rei sol
E esse, despudorado, simplesmente escreve na areia da praia para que todos possam ver, o grande segredo.
E então o mundo todo sabe que és terra fértil, à ser revolvida, gostosa, à ser amada, quente e fervorosa, das puras.
O que será de tí e teu doce segredo outrora oculto?
Agora todos o conhecem, todos sabem !!!"

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

TORNEIO DE QUADRAS * Houve certa vez em uma comunidade e eu participei) Marantbarfer

Essa exibição de quadras pede q se pegue ao último verso e de continuidade a quadra portuguesa tradicional, com rimas intercaladas. É só continuidade.



Quadras solicitadas


Com afeto e proteção
Ser teu barco junto ao cais
Do fundo do coração
Te dar meu amor de paz!


Te dar meu amor de paz
Te livrar do abandono
Te banhar com mornos sais
E ninar teu sono e sonho
e

E ninar teu sono e sonho
Te cobrir de redondilhas
Ser teu fruto em cada gomo
Te cuidar como uma filha


Te cuidar como uma filha
Te banhar de leite e mel
Ser teu mar e tua ilha
Ser tua nuvem, ser teu céu



Ser tua nuvem, ser teu céu
Ser canção em tua vida
Te ofertar aliança e véu
Te fazer sempre querida

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José

Te fazer sempre querida
como eu sempre desejei.
O que se leva da vida
é o amor que eu te dei.

Marantbarfer

É o amor que eu te dei
Que te faz feliz agora
Toda fruta que chupei
Tinha teu sabor de amora
excluir

Tinha teu sabor de amora
O suor de nosso amor
O que eu me lembro agora
É do teu cheiro de flor
excluir

É do teu cheiro de flor
Que versei uma canção
Por querer ter seu amor
Eu pedí a sua mão

NÃO TE AMO MAIS * de Clarice Lispector

NÃO TE AMO MAIS

Cedido por Maria Lígia Caboclo

Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."

Convém ler ao contrário, frase por frase.

PERDÃO ? * de Marantbarfer

Perdão?
Tudo que queria agora era rasgar meu coração
Escoar todo o sangue e atira-lo ao mar
Pois pedra que é de certo afundará.
O que fazer prá viver
Quando sequer se tem vontade ?
Não me perdõe, não mereço
Não me entenda, não é possível.
Mas também, não me esqueça.
Não sei regar o jardim do nosso amor
Porque não sei regar o jardim do meu peito.
Sofro, mais é pouco. Mereço dor bem maior
Chorar lágrimas de esguicho.
Quando me pisar não esqueça
Calce botas!
Adianta dizer que te amo?

Faz muito escuro agora.

O QUE SERÁ ? * de Marantbarfer

O Que Será..?
O que fazer se não arfar
Não respirar no peito combalido de emoção
O que fazer se não gritar
Brigar com a louca clave (em dó) da razão
Ralhar, ralhei. Briguei comigo
E espero que tenha aprendido a usar a mão
Bradar, bradei. Me dei castigo
E espero punição. Pro imperdoável coração
Não quero mais perder a lua
E o salpicar de estrelas quentes dessa rua
Culpado fui, te quis ver nua
È essa febre louca em minh'alma assim tão crua
O que fazer, não sei mudar?
Será que nesse universo existe alguém à me aceitar?
Será que devo me transformar?
Adulterar a marca indelével desse meu amar..?
Do jeito estouvado que eu tenho de gostar..?
O que será que eu tenho que fazer... O que será?

TEMPO PERDIDO * soneto de Théo Drummond

TEMPO PERDIDO


O vento crispa as águas da lagoa,
pequenas ondas vem morrer na areia.
A brisa, refrescante, é limpa e boa,
brilha no céu, tão pura, a lua cheia.

Eu sou talvez a única pessoa
que estando aqui e olhando as coisas, creia,
que a solidão é dor que embora doa,
não dói demais, conforme se alardeia.

E assim, na madrugada que sem sono,
a olhar a natureza me abandono
sem perceber que a aurora se avizinha,

Começo a me indagar porque se vive,
e me pergunto porque nunca tive
esta paz que podia ser tão minha...

PALAVRAS APENAS * de Nina Anin

Se me mostras a profundidade
Digo que no abismo encontrarás
O descanso que procuras.
Mas se me mostras o mar
Digo que ali existe refúgio
Para todos os desesperados
Que se encontram perdidos.

Se me mostras uma mesa
Digo que uma em especial
Guarda sobre ela mistérios
E através destes mistérios
Muitas vidas redimidas.
Se me apontas as montanhas
Digo que nelas há vidas...

Se me mostras belas imagens
Digo que não são suficientes
Para acabar com a dor do mundo.
Se me mostras um incêndio
Digo que ali existem anjos...
Se me mostras um espelho
Digo apenas que ele reflete
Uma doce imagem.

E te peço apenas uma coisa
Olhe o espelho e veja seu reflexo...
Você olha para o espelho...
E nele as assas de um anjo
Vibrando ...e em seu vôo
Paira sobre ti e diz:
-- Hoje sou para ti o

Anjo do resgate venho
Em uma missão importante...
Dizer que Deus te ama
Te ampara ,te conduz
E ilumina, não estás sozinha
Nunca te esqueças... ...nunca
Pois Eu Sou Teu Criador... ...

LEMBRANÇAS * de Nina Anin

As poucas que tenho invadem
Meu ser pôr completo...
Deixando um vazio repleto,
De sonhos que creio , não mentem.

O que terá sido...
O verdadeiro motivo...
Os lábios movido...
A uma página de um livro .

Custo a acreditar...
Que as horas tidas...
Nada representam , nem mesmo o ar
Que insiste em entrar não retidas.

Nem insuflam mais vida alguma...
Nem refletidas no mar de amar,
Nem ao menos uma linha, uma...
Apenas para preencher o vazio ...
[ Ah! Que mar ...

Homologando as poucas páginas...
Encontrei seus recados...
Um abraço queria te dar...
E te dizer que amo e quero estar...

Apenas em um micra de seu olhar,
Um milésimo de segundo apenas...
Para se ter um pouco de paz...
Ao menos um delírio incomensurável.

Hei de esperar te na beira d'um cais
E esperar que você aporte ali...
E que me faça mesuras assim...
Cada dia um mimo, um carinho.

Que me façam esquecer as dores...
De um querer estar onde pudesse...
Apenas estar viva na plenitude...
Do seu ser e me esconder ...

E no seu amor me fortalecer...
Para conseguir enfim sobreviver.

Nina mel
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PINTASILGO... * de Nina Anin

"Pintasilgo..." - Nina Anin
"Pintasilgo ...

Obrigada por seu canto...
Que muitas vezes me encontra
A chorar, pela falta que tu me faz
Em sua melodia enche meu coração
Com notas musicais e tiram os fiscais
Que insistem em afirmar que sou
Devedora por ter o pintasilgo em
Minha janela a me chamar de bela...
E todos os passantes a saber disso
Vem amofinar o pintasilgo que decide
Se mudar para um lugar distante...
Até que um a um dos passantes
Muda seu rumo e se esquecem da
Pequena janela onde vivia a bela.
Bela era apenas o nome que Ela
Havia dado a seu pintasilgo ,ele
Sabia disso e todas as manhãs
Bem baixinho , na cabeceira de
Sua cama soltava o seu silvo...
Como a dizer acorda Ela sou
Eu que velo seus sonhos e te
Chamo de minha bela.

Nina anin / nina mel

terça-feira, 28 de agosto de 2007

SOBRE PESSOAS * autor desconhecido

Pessoas sábias falam sobre idéias.
Pessoa comuns falam sobre coisas.
Pessoas medíocres falam sobre pessoas."

domingo, 26 de agosto de 2007

VÁ! * Marantbarfer

Vá meu pássaro livre, ver torres turvas, noturnas, nessa propensa Babel
Vá para bem longe e transgride, balés azuis que compus, com o louvor
de Ravel
Vá meu pássaro belo e leva teus olhos do mais doce aço à essas nuvens no céu
Vá rejeitando anseios,tardios escritos, marcados à sangue, em corações de papel

Vá mas não te esqueças de mentir pro irmão sol da manhã, que não há dor
Vá mas não te esqueças de sentir qual irmã lua da noite, que até houve amor
Vá minha nuvem leveza, digníssima alteza, Imperatriz da Escócia, que trás o povo em louvor
Vá minha tocha acesa, caça para minha presa, culpa maior do meu ócio, que devoraria em ardor

Vá mas tome o rumo do atol, na ilha que me ilude, essa Noronha sem fim
Vá e beba da água pura, preserve o lúdico ar, e os açudes dali
Vá mas não te esqueças de fingir para a lasciva do sol, que não estás mais aqui
Vá mas não te furtes em sorrir para essa lúdica lua que já pergunta por ti, por mim


Vá minha vida de ontem, meu gosto bom de romã, meu renascer, minha aurora
Vá minha pirâmide do Egipto, meu pólen procriador, bonita flor da amora
Vá meu fruto bom de morder, bebida que ao sorver, me faz feliz, revigora
Vá menina que é cedo ainda, eu já passei do meu tempo, e passarei mais ainda, ao te tornares senhora

CAMINHANDO NO MEU DESERTO * de Marantbarfer

Ao caminhar no deserto é preciso atenção especial
Caminhar à passos constantes em reto equilíbrio
É preciso ver o sacrário antes do prenúncio do mal
É preciso ser alma elevada e bicho dos primórdios, anfíbio

Ao caminhar no deserto é preciso a leveza da gazela
O flutuar prazeroso da águia que busca o cume do canion
É preciso o cajado de Ghandi, de Paulo, de Pedro e de Jesus, a vela
É preciso respirar o ar, comer o vento, beber seu som

Ao caminhar no deserto é preciso saber do seu destino
Conhecer os dizeres do sol insano, termistor, que ilude
É preciso saber caminhar, dosar o ir, medir o vôo, pisar com mimo
É preciso estar em festa, rezar feliz, cantar o hino que te faz imune

Ao caminhar no deserto é preciso ter chorado muito nessa e em outras vidas
Ter perdido todos os amores que te foram possíveis viver no tempo
É preciso ser milagre do capim na areia.Querer renascer do nada. Vitimado em perfídia
É preciso desejar e colher o perdão almejado se dando de novo, sem pressa, lento

Prá caminhar no deserto é preciso se despir de tudo, lavar alma com soda cáustica e purificar com água benta
Prá caminhar no deserto é preciso começar de novo e correr perigo, reviver o amor, reaprender a crença

Um dia eu até pensei que poderia caminhar no meu deserto, mas atirei fora minha bússola e agora vago sem razão.

BORBOLETAS * de Marina Castro - 18072007

Teus olhos me banham de uma alegria
q não cabe em meus olhos
derramo o contentamento dos teus olhos
presos aos meus olhos
e vejo sorrisos escorrendo em meus lábios
e voando rumo teu olhar
pousando de leve em teu pensamento
feito borboletas brincando no vento
de uma tarde quente d julho
Mas teus olhos são vingativos
e não se contentam em ver a alegria dos meus
saltitando em tua face maquiada de alegria
teus olhos me irritam e fazem do vento um redemoinho
q espalha as borboletas do meu sorriso
vejo as borboletas misturadas as folhas secas
do fevereiro q faz sombra na ilusão da noite ingrata
e tudo cai ao chão assim como o sorriso q a pouco era riso
e agora ri porque é falta de graça...

SAUDADE ! * de Marantbarfer

Pipoca aquí, alí, pipoca lá.
Quando amanhece acabou
Tüdo mudou
Rosna um ruidoso coração
Que pus na palma da tua mão
E foi ao chão
Rosna o peito inflado
O ombro cansado
Os olhos inchados

Quanta estrada e poeira
Esse sobe e desce ladeira
Escorregadia, qual cêra
Aflita e vadia essa pera
Que mordo a carne, festeira
De lebre solta, a rameira

Tens idéia de vazios?
O quanto aqui se faz de frio
Onde guardei meu desvario?
Onde pus aquele brio
Tudo culpa do meu cio
Estou vagando no meu Rio

E você, como é que está?
Ainda vive a poetar ?
Que saudades de rimar
Com seus versos flertar
Me entregar, amar, casar
Nem te lembras mais de quem
Qual estrela de Belém
Já passou a mais de cem
Como bala, como trem

E sumiu sem jamais vê-la
Contentando em envolvê-la
Em poesias e mesquinheiras
Salpicads de estrelas
Hoje o dia é outro
A palavra prêsa ao goto
O verso flui tão roto
Envelheceu o broto
O feto nasceu morto.

Mas voltarei a vê-la
Dobrando a esquina de Brasilia
Eu voltarei a tê-la

Coberta em redondilhas

AQUI FAZ FRIO * de Marantbarfer

Aqui faz frio. * de Marant Barfer

Aqui faz frio. Aqui no meu coração, no meu peito
Aí está quente, dentro em você, no seu leito
E eu corroendo meus podres defeitos

As vezes penso em tua cintura, na maciez
Me vejo mordendo, lambendo tua nudez
Com cuidado para não deixar marcas em tua tez

Sei que tua língua é tenra e rósea
Como o bico do teu peito ereto, prosa

Mas os lábios ocultos, pétalas em flor
Além de róseos são loucuras de amor

E eu aqui com frio
Louco por seu cio
Nas fantasias que crio...

O HOJE ! * DE Marantbarfer

Corri do Dakota ao lago do Central Park
Corri do estampido, do eco
Corro até hoje!
Depois fui a praça da Paz ver as pessoas
E suas inúteis velas
Paulo Francis vomitou asneiras
Nelsinho consertou com um concerto
Mas o pesadelo ainda ruge

Agora vou à Marina pensar
E ver barco à vela
Rogar por novos tempos, doar um trocado ao pivete
Viver erros e acertos
Caí na real, acordei
Chega de estrelas de luz distante
A mão na cal, me toquei
Chega de lua de quarto minguante
Olho prá frente e sigo, é tempo.

Nem vejo a carne da moça nua
Estico um novo passo, firme.
Ignoro o brilho da luz na rua
Agora sou sério, adulto, rude.
Não quero mais o céu de Araruama
A noite volto prá minha cama.
Noite escura prá quem não ama.

A poesia secou.
A engenharia brotou.
Ah!Minha bela flor de pedra!
Também há beleza no procenium de aço patinável
Que se engendra
Tirar a poeira do empírico imaginado
E ignorar o lírico sonhado
Capacete à mão
Silenciado o coração
E um caminhar parado.
Bom dia prá mim nesse novo tempo!
Mas estou só, no silêncio da desistência
Perdido na saudade da poesia plena
Tentando entender o para quê dessa ausência
O prá quê da complacência

Absolutamente parado e só
Cercado por tanta gente, no meu projeto trêmulo
Alguém viu um poeta por aí? Pergunto desavisado
Ninguém ouve o meu grito calado
Um aceno e o cumprimento
Bom Dia Doutor!!!

E QUANTOS GRÃOS...? * de Marantbarfer

E quantos grãos de areia apenas na concha frouxa da minha torpe mão?
E quantas super novas brilhantes na zona eclíptica da nossa Órion?
E quantas milenares fulgurantes em cada galáxia fosforescente do Universo?
E quantas estrelas reflectivas somente na constelação da minha alma, a Ursa Maior?

Não sabes de areia?
Nada vês nas estrelas?
Não enxergas galáxias?
Nada vês, nada sabes...?

Então não me reconhecerás.
Não abusarás do íntimo de meu corpo.
Já que nada lerás em meus olhos mortos.
E nada verás no fundo do meu coração tenso e aflito,
Pois minha alma não te pertence, meu saber não é para tí e meu amor indolente será servido ao mar.

AMAR NUNCA MAIS * Marantbarfer

É preciso rastejar
Esfregar a cara num chão
Rude e muito sujo
E, num bueiro sem tampa
Um mergulho

É preciso caminhar
Num asfalto negro de gordura
Liso, o dito cujo
Com baratas tontas e tantas
Na Prado Júnior

É preciso viver
Flutuar passaredos nas docas
Como num Canal do Panamá, Bravo, executado
Saltar da rampa

É preciso beber
Cruzar réu, novas poças
Nos paralelepípedos transparentes
Nos alados trilhos, magros
E num bar sombrio um trago, um samba

E aí... Cair nos braços leves e ardentes de Olívia Byington
Ainda sujo de lama e sais

E aí... Morrer nos braços torpes, crassos e fartos
De Mariana, belíssima, de Moraes. De resto, quanto a amar... Amar, nunca mais!

O MAIOR BEM ! * por Florbela Espanca (1894-1930)

Este querer-te bem sem me quereres,
Este sofrer por ti constantemente,
Andar atrás de ti sem tu me veres
Faria piedade a toda gente.

Mesmo a beijar-me a tua boca mente…
Quantos sangrentos beijos de mulheres
Pousa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...

Mas que me importa a mim que não me queiras,
Se esta pena, esta dor, estas canseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo

Do teu frio desamor, dos teus desdéns,
É, na vida, o mais alto dos meus bens?
É tudo quanto eu tenho neste mundo?