sábado, 24 de maio de 2008















SOLIDÃO

Solidão...
De manhã...

Os olhos cheios de areia
Ou seriam estrelas?

A mente cheia de sono
De um belo sonho

Dedos inábeis
Procuram as cordas amáveis


Toco "Dear Prudence"
Pois só tenho você em mente


Fiquei sedento, eu que caminho lento
Que a tanto tempo, nem tento...


Amanhece, preciso ir
Andar na orla e sentir

Tocar meu rosto, teu lenço
Ao sabor do leve vento


Ah! Meu bólido interplanetário

Faz de mim um cavaleiro templário
Que motivado por seu rijo instrumento
Voa até Livramento
E captura sua Dáfne de íris de mel


No braço másculo, que já não é
Rapta sua amada e em fuga pelo céu
Chega a doce Grécia para em fim amar
A sua Noér

terça-feira, 20 de maio de 2008

A BATALHA FINAL! *** Marferart







O amor forte e verdadeiro é possível...?

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"http://www.youtube.com/v/hId8lBg-7S4&hl=en">



A BATALHA FINAL ! * de Marferart

"As naves se alinharam silenciosamente pro último instante de concentração.
Sustentando-se no nada, flutuando no fim do recanto mais escuro do Universo.
Um último bólido prateado, com ansiedade, finalmente se agrupa aos demais
com visível e especial responsabilidade.
É o mortal guerreiro Monley Zetta, do planeta Crow, imbatível e maior esperança
guerreira em batalhas e no resgate especial que se anuncia, justo ele que a ama tanto
e não claudica em buscar o êxito, levando em seu pescoço o lenço vermelho de sua amada.
Nessa última tentativa, à preceder o combate, cem milhões de descomunais caixas de som
com quatro mil vezes mais essa quantidade em colossais alto falantes futurìsticamente dissonantes e uma quantidade superior ainda em holofotes com as cores do arco-iris, do sul
da Livramento, asteróide fronteriça interplanetária, terra natal de nossa heroína.
As luzes, em altíssima definição serão lançadas contra o alvo inimigo como prenúncio de vitória.
A canção escolhida para acalentar o embate é “Love”, de J Lennon (um artista do passado longínquo, dos primórdios mesmo, cujo o trabalho ou o que restou dele foi encontrado em escavações recentes no planêta morto de nome terra, onde ele possìvelmente esteve). Love, na remota antiguidade, era a palavra que denotava amor e muitos a cantavam com especial carinho a suas amadas, principalmente se fossem atrizes sensíveis, como é o caso da bela e adorável Bruma Noér, de Orã.
Preparem-se, a batalha será demoníaca e todo o Universo sentirá seus efeitos, nada deterá aos que amam ( e não são poucos) e querem de volta ao lar a belíssima e intrigante "Bruma Noér de Orã”, mística mistura de mulher, luz estelar e atriz.
O cronômetro zera e luzes explodem em esplendor no fim do Universo, um som ensurdecedor soma-se a luminosidade magnífica e todas as naves partem em velocidade alucinante para a grande batalha. Monley Zetta lidera a interminável frota de bólidos conduzindo-os com sua extraordinária habilidade e em breve a belíssima Bruma Noér estará de volta!
O Universo inteiro brilha, como se cem quinquilhões de quasares de super estrelas esplodissem simultâneamente. Nós todos aguardamos em júbilo, convictos que a rendição dos algozes já aconteceu. Monley Zetta já tem Bruma Noér em seus braços e a festa já pode começar.

The End

segunda-feira, 19 de maio de 2008



Eu sempre soube que a felicidade existia.
Que estava tão loge assim, eu não sabia.

sábado, 17 de maio de 2008

CONTEMPLAÇÃO NO HOJE! * de Marferart

art mar fer




CONTEMPLAÇÃO NO HOJE! * de Marferart

Hoje
Escrevi seu breve e belo nome
Na areia
O mar me olhou sorrindo
E aprovou
Nunca fiz algo tão sincero
Franco
E emocionante, em toda a minha vida

Dormiria com você
Não para tocá-la, minto,
Com minhas mãos rudes
Mas para a vigília

Contemplaria o céu e a ti
Por toda noite
Nessa alternância, daria a mão a ti e as estrelas
Como à Cecília de Creta
Com emoção e ternura
E de manhã te tocaria os lábios, te beijaria os pés
E perguntaria: "Posso servir-lhe o café?"

Tens o perfume do D'Orvillier
Vindo em seu hálito que não roubei
Na madrugada fria do sul

Depois
Com o peito prenhe
De todo amor que há nessa vida
Partiria feliz, para ganhar o dia, na rua que ferve...


Após o revolver, vem a PAZ...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

LUA E SOL, será possível...? *** Marferart


PASSEIO E RESSACA

Desci a Estrada do Pontal
Na seqüência vem a Sernambetiba
Cruzei assim do Recreio ao fim da Barra
Continuei por São Conrado, na margem.

Pela via litorânea, onde fulgiam luzes,
de raios de sol.

Manhã chegando...








O oceano é perplexão, ainda as margens do Leblon.
Até o Jardim de Alah.
Cruzei Ipanema em paz
Dobrei em direção a Lagoa, fui ver meu filho
Que mora no Humaitá, embaixo do Cristo, onde o céu é liláz
E só depois então, voltei por Botafogo, contemplando a Urca
As margens sombrias da enseada, o Pão de Açúcar.
















No fim de tarde, pelo túnel é claro, voltei a Copacabana

E, pensei: Poderia ter visto a minha Pedra de Guaratiba
Minha casa, meus cães, meus jardins
Pobre de mim...
Ah!!! Re-pensei... Isso faço amanhã.
Quando secar a bruta ferida.
Por hoje, vou colher rosas e margaridas
Que por ter nomes de mulher, são minhas preferidas

Como pode alguém ficar triste se desfruta de tal privilégio?
Quer me deixar triste? Diga-me palavras rudes e de descaso
Quer me magoar? Ignora-me monossilábicamente
Não é (quase) mais você quem está aí? Não, não é!

Mas logo supero tudo, com um bom banho frio, de mar
Um chopp gelado, um whisky e uma conversa de bar
Um violão, uma canção, um bronzeado ao luar
Só não tem arco-iris pairador, flutuando ao olhar, no ar
O que prova que a perfeição é utopia, quimera à bailar

Computador, nem pensar
Só para trabalhar, quando tudo passar.

É, parece que não vai ser tão difícil. Doloroso, talvez...

sábado, 10 de maio de 2008

TEOREMA



TEOREMA * Marferart ( a canção)

Teorema - (em)


Vulcões, mísseis, ogivas
Pulsar, barco à deriva
No mar sereias virgens
Chuva, fogo e vertigens

Adágios, romances, rajadas de vento e de mirra - caminham na luz
Jorrando qual lava gelada, qual talho na carne - mistérios na cruz
Segredos em mantras, incensos, Teatro em Pompéia - um clarão no luar
Carícias num ventre, fagulhas de amor, uma ode - num colo de mar

Tu si, ànima é core
Vulesse spremere il dulure

Magias e danças ciganas num porto em Hanói, Casa Blanca ou Berlim
Um banho de música, sonhos e de um vinho que jorra do céu sobre mim
Um raio ruidoso une reza e razão entre Roma, Rhiad e Dublin
Os rastros do RAM, dogmas do Ramadã, Tel-alViv e Teerã - Teorema sem fim

O galho treme -Tende à quebrar
Eu nada temo - Pois sei voar
Migram as aves - Desse atol
Rumam qual naves - Pro por do sol

terça-feira, 6 de maio de 2008

SÃO SEIS HORAS DA MANHÃ * Marferart

São seis horas da manhã
Ardo em febre terçã
Lua e sol nos iluminam
E nos unem como imãs

Nesse navegável cio
Há um fogo fugidío
E eu me rendo ao desafio
De acender esse pavio

De amor.... Às seis horas da manhã (3x)


Beijo e toco tua lã
E teus seios de maçã
Passarinho e flamboyant
Somos um nesse divã

Roço o verbo, o verso, a mão
E te enfeito o coração
Te desenho uma canção
E desperto um furacão

Acorda amor... São seis horas da manhã (3x)

O AVIÃO, A LUA E A PAIXÃO! *** Marferart
















A7+


O AVIÃO, A LUA E A PAIXÃO!


Um avião pro Japão passa tão rente a luz
Sem saber que flutua
Sobre meu coração

Vai avião, turbilhão, pra onde tudo é tão cedo
Leve os medos, segredos
E essa minha aflição...

Hoje o que me surpreende
Na lua tão bela e ardente
É a luz prateada que acende
Sobre o que a gente sente

Vá ver a lua vermelha
E a estrada, em poeira de estrelas
Mas leva do meu coração
O quasar de emoção

Vão avião, pelos vãos dessas ruas da lua
Leva a dor que flutua
Sobre o meu coração...


SÓ * Marferart



Queria tanto ficar só
Queria tanto não ter mais
Que contentar
Que explicar
Que re-pedir

Queria muito ficar só
Sem que houvesse dó
Tornar ao pó.

Percebo-te, paz
Conspiras costumais
Ages e admiro teu agir
É hora, agora. É o porvir
Ficou tão simples voltar
Forço feliz o sorrir

Aqui, nesse lugar
Tão diverso e singular
Aqui nesse mesmo lugar
Populoso e diversificado
Eu espero calado

Vou tentar manter-me zem
Furando a onda que vem
Quero muito ficar bem

Penso falar coisas sérias.

domingo, 4 de maio de 2008

ESSA RUA! *** Marferart













Se essa rua, se essa rua fosse tua
Deixarias tua rua assim tão nua?
Ou plantavas fantasias, arvoredos
Calmarias contra os medos
Sonhos, enredos e enlevos?

Se essa rua, se essa rua fosse tua
A deixarias assim tão crua e escura?
Ou implantarias varreduras
Aspiração, limpeza e cura à essa rua que copula
Nas esquinas tão impuras?

Será então que essa rua não é tua?
Mais que minha, não te pertence a dita cuja
A rua suja, cujo o chão impuro ainda mais maculas?

Quando nada ou pouco cuidas e o correto enganas, burlas
Com papéis, sujeiras, gimbas, sacos, lixos e mosquitos
Sobre a inútil e fútil fotos do tal Lula, que é só firula
Mas nada sabe de tua rua e de seus gritos

Ah! Essa rua, essa rua que é tão tua
Chora triste o amor que negas com essa mão tão zura
Sem apego, sem carinho, entregue a quem sequer a adula
Exceto apenas a luz tão calma e triste da sombria lua
As crianças, nossas crianças, querem uma rua
Só pra poder chamar de sua

Que seja limpa e sadia como as de outras vidas
Onde pessoas felizes viviam e cresciam queridas
Uma rua bacana, quem sabe em Copacabana, limpa e bem bonita

Perceba em quanto é tempo e cuida: “Essa bela rua é também tua!”

Se essa rua, se essa rua fosse tua
Deixarias tua rua assim tão nua?
Ou plantavas fantasias, arvoredos
Calmarias contra os medos
Sonhos, enredos e enlevos?

http://www.youtube.com/watch?v=vmgNVjIOVUI&feature=related

sexta-feira, 2 de maio de 2008

AS VEZES * por Marferart















As Vezes...
(...tempo cinza.)


As vezes faço que esqueço o abandono que existe
Que ele se veste de preto e sorri pra quem está triste

Que diz palavras sinceras, geladas como elas são
Porque bate fria a verdade, se dita pro coração?


As vezes percebo que o tempo passou voando, correndo
Falo do tempo certo pro se insurgir contra o tempo

Que passa para mim e pro outro
Feroz como um cisco no goto


Acho que já passa da hora de arregaçar mangas ao vazio
Correr pela ladeira do frio, no desepero sombrio
No entardecer, se perder, qual a cor desse casario

E incluír-se entre o povo, disfarçadamente
Em passadas comuns, entre pessoas dolentes

Que desfilam suas dores ocultas nessa cidade doente

E ser assim tão comum Ser só mais um
Que espremeu o sonho vão

Na palma esquerda da mão

As vezes esqueço o dia
Nas gavetas da apatia
E sopro com força um vento

Que quer refrescar Livramento

Mas como não se noticiou
Em nenhum jornal de furor
Sobre o tal sopro de amor
(Vê como está cinza essa dor..?)
Volto então ao começo
E viro tudo de avesso

Já certo que não mereço
As vezes faço que esqueço...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

ÁGUA E CHUVA DE VIDA * por Marferart









ÁGUA E CHUVA DE VIDA


Agora é gota leve que se molda
Rompe espaço para ser livre, lúdica, ávida luz
Se derrama à gelosia, sublime translúcida

Já foi centelha, foi volume, foi horda
Saltou da calha pra ser única, graça, plus
Tão fria e firme na membrana da noite úmida

Pálida cor de moça, intempérie do mar
Já foi nascente, córrego, rio, lodo de atol
Subiu aos céus e ao terceiro dia foi nuvem no arrebol

Se foi da poça, em ar, oculta ao luar
Voltou cortina, entre o barco e o farol
E, sempre há de vir dançar a dança do sol

Voa em pingos à tarde, aos domingos
Da folha ao chão, diamante de vulcão
Cascatas, corredeiras, tempestades, jorram em meu coração

Faz do meu rosto, um herege limbo
Vem suor, vem saliva, gozo em trovão
Desce
em mim qual liberdade, cântico de oração


Torrente de paixão. Vem em lágrima, sal no meu rosto
Vem suor de exaustão, vem mágoa que lava o desgosto
Vem água, nódoa, chuva da vida que me lava o corpo
Amálgama cachaça do meu bar, vem malograr teu tribuno já tão morto
Mas traz nas gotículas de brisa leve, que é a PAZ de amor que ama e chamo

VÁ * Marferart
















Vá ser Sylvia Bandeira na vida minha filha...
Já que sonhas em ser atriz de primeira

Ser porta-voz da mulher brasileira

Panfleteira feroz do teatro, guerreira
Se topas lutar nas coxias, nos bastidores, nas beiras
Vá ser Sylvia Bandeira na vida, minha filha...


Lutar por um todo, embora só como a frágil ilha

Se queres assim. Que sejas qual Bibi, Cacilda, Marilia
Mas com a imponência, beleza e talento da Sylvia,

Se queres desbravar, decorar. Interpretar, viver tantas vidas

Viver emoções, polêmicas, satíricas, dores de outras feridas
Se queres assim, minha filha querida

Vá ser Sylvia Bandeira na vida...

(À magnífica e gentilíssima Sylvia Bandeira, sobre Roberta Valente)

quarta-feira, 30 de abril de 2008

ESTRELA DO ETERNAMENTE * Marferart

















COCHICHOS DE AMORES
Poder falar coisas pecaminosas, baixinho, em murmúrio
Arrepiar
o todo e tornar rijo o que é doce
Roçar os pés, esbarrar as mãos, olhar nos olhos
Romper a barreira sutil da incerteza, da segurança
Que antecede o primeiro e inesquecível beijo

Reparar nas reações do corpo tão puro
Descobrir que não há mais tempo, o dia é hoje
Escrever nossos momentos sublimes em ricos port-fólios
Levar teu hálito e os outros cheiros como as melhores lembranças
E repetir exaustivamente (até aprender) o inesquecível beijo


Pedir tua mão pra sempre e não mais devolver o todo
Te abusar, devagar, sem espantar, de forma a ser eterno
Poder contar à luz da lua, os pêlos tênues que vento elevando toca
Massagear teus pés, enrubescer tuas coxas e contemplar o pudor
E agora me dar conta, que tão deveras tonta me juras que estás pronta

Com tal sofreguidão, te invadir de modo a esquecer que mordo
As loucas e sensíveis partes que sonhei em ver assim tão perto
E por ter esse universo de prazer em minha boca
Te lambuzar o prazer e incendiar de vez o nosso amor
E agora que os delicados espasmos, arroubos de loucuras, são de perder a conta

Percebo que começamos a nos amar de fato, para todo o sempre
Que a luz que acendemos aqui é estrela do eternamente!



Em baixo dessas cores
Há amores!


sábado, 19 de abril de 2008

Reconsiderando * Marferart


Reconsiderando...

Não estou te devolvendo presente tão belo

Estou apenas sendo grato pelo teu amor sem preço
Sendo grato pelo que revelas e eu não revelo
Não com tanta fôrça, com as entranhas ao avesso

Eu que cheguei tarde na história e já não te mereço
Eu que tenho o peito partido por pancadas de martelo
Que apanho nas penúrias, nas quais não cresço
E perco o apreço do teu corpo, do que me é mais belo

Preso nesse emaranhado de truculências do minha vida
Preso no calabouço úmido e sombrio da assaz ferida
Vejo que existência passa sem exitar, perdida
E nada posso fazer para ter minha mulher querida.

NÓS IDIOTIZADOS * Marferart


art mar fer

Já pensou?
Nós dois idiotizados, de mãos dadas
(isso é muito importante), olhando o mar?

Silêncio no mundo, só nossos pensamentos
indiscretos e uma canção de John Denver ao fundo.

Quer um sorvete? - te pergunto
Quero, sabor paixão... - respondes sorrindo.
Como não resisto teu sorriso me empenho
na questão e vou aos Campos Eliseos, ao Olimpo.
Por fim, como os deuses, resolvo.

Passo o lenço vermelho sobre a mão esquerda e Oh!...
Uma casquinha sabor amor repleta do tal sorvete sabor paixão,
com cobertura de PAZ achocolatada, que não engorda...

Como por magia, como você merece, envolto em sonho.

Ainda sentí o frescor da névoa pálida no Jardim de Alah
e o sabor de um batom rubro como essas letras,
quando acordei do sonho...

Não estavas lá, mas eu estava feliz!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

COMO UM LOBO SOLITÁRIO * Marferart




Como Um Lobo Solitário


Quando repenso a poesia que Joca falou
Cravo no peito o punhal do mais profano amor
Jorro a lava de fogo pro fundo do mar
E mancho em vermelho a prata da luz do luar

Luz de cetim que rebrilha a língua polida da foice
Lume infinito que o arbítrio violento rebate na gana do açoite
Num céu bordado de estrelas no longíguo ventre do escuro da noite

Já me esgueirei pelas sombras de El Salvador
Perambulei por Saigon em vielas tão prenhes de horror
Sheron Thomaz de Aquino é o fino perfil do esplendor
Ao ver quão sutíl é o amor me gritou: " I Dont'Now!"

Tola papoula estiola perfumes tão raros na moça da esquina
Rubros coágulos vírgens provocam vertigns nessa bailarina
E eu continuo à rasgar essa noite com a fôrça de um raio
Como um lobo solitário... Ah! Como um lobo solitário...

* Nota do autor metido a besta:
canção de acampamento (em lá maior), gostosa de cantar e ouvir.

UNS VERSOS, para Noer * Marferart



De tirar o fôlego!


UNS VERSOS, é uma canção para ela.

Uns versos, uma canção
A moça, a bossa, a fossa, o violão
Derramam dissonâncias sobre o mar do Arpoador
E um bom chopp gelado reverencia o amor

Eu ouvi falar
Que surpreendentemente pop star
Com tanta graça
Essa menina passa, ao sol, pro mar
Que até a poesia vem olhar

O sol partiu-se em sombras
Um belo barco à vela enfeita às ondas
O vento varre a tarde preguiçosa que findou
Aflita...Copacabana...Se iluminou...

Um chopp, a dissonância, um grande amor
A bossa, a fossa, o mar do Arpoador
A noite cai depressa, sensual e atrevida
E, eu quero, namorar a sua vida...

Ah! Eu quero namorar a sua vida..!

sábado, 12 de abril de 2008

PARTIR * por Marferart



Estação Ferroviária
de Além Paraíba-Porto Novo do Cunha/MG
(ao fundo o Morro da Conceição, onde um dia perdí meu coração...)



http://www.youtube.com/watch?v=9kx2qLISTU8&feature=related

PARTIR

O que será partir?
Será sair de mim. de nós, da vida?
Será sair da dor, do hoje, do amor, do sonho?

O que será partir?
Será mudar o rumo, a travessia doída
Será matar a flor, de longe, o alvo tristonho

O que será partir?
Será buscar um caminho, destecer o antigo nó
Será deixar os molhados olhos e o sofrido coração ao chão
Aos pés de um novo amor e dizer: "Cuidas de onde pisas é sobre mim que caminhas?"

O que será partir?
Será ir-se em fim, tornar de novo ao arredio pó?
Será tornar a espatifar o combalido coração contra o imundo chão?
Será aceitar em fim, que continuar a vida tacanha é o que precisas?

Será preciso para isso uma reforma catatônica, arquitetônica
E, uma varrida vertiginosa com vassouras de vidro com cobre puro?
Será preciso para isso coragem de titã, jogar o mundo à baixo e tornar-se faraônica?
E, mudar conceitos estabelecidos a milênios, por alguém que não você, para amar amores indefinidos, sem prazeres nobres, impuros?

E então dizer: "Como a vida é insegura, como é bom viver no colo de Deus!"

Ah! Mas se pudesse, queria o colo do meu definitivo amor: O seu!

Tudo isso com a benção do feliz compositor e aquela tal trilha sonora: "...quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos, quero ver brotar o perdão onde a gente plantou..."

“...Já sonhamos juntos, semeando as canções no vento, quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar... às canções sabemos de cor, só nos resta aprender...”

Ser feliz é muito difícil, eu sei. Mas, ser feliz é tudo o que se quer...

TE AMO * Marferart

art mar fer

Quando estiveres por chorar
Pense que posso te brincar
Pense que posso te bulir
Te fazer voar

Quando estiveres por chorar
Pense que sou teu amigo
Que te beijo o umbigo
E que como abrigo
Te cubro e digo
Te amo...

E se isso te fizer sorrir
Te fizer feliz e assim seguir
Que saibas que jamais estarás só
Que somos canção de Si à Dó
Que nossos corpos estão no mesmo nó

E que reaprendendo como fazer
Ao sentir prazer diremos: Amo você!!!
Sabias?
Amo você!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

QUEM SOU EU? PERGUNTE À D'ÁFNE. * por Marantbarfer

A Deusa Mãe

[Lagrimas_de_sangue.jpg]

Hoje estou triste, acuado e oculto dentro da enorme caverna escura da minha cabeça.

Só, com meu violão que arpeja Black Bird Fly e Dear Prudence.
Olho o mundo das janelas tortas e sombrias dos meus olhos cegos,
Com medo de ir lá fora e tropeçar no inexorável,
Bêbado que assaz estou.

Não tento conduzir-me e jamais te darei a mão.
A menos que proves ser minha adorável Dáfne.
Ah! minha amada, que sobreviveu às ondas e tempestades do ardiloso Netuno.

Quem poderia salvar-me de um mar tão denso,
programado por Zeus,
Turvo e profundo, estranho túmulo no Triângulo das Bermudas ?
Quem trataria dessa vergonhosa antítese de Apolo,
Dessa derrocada em que me transformei?
Quem, senão sòmente minha eterna amada Dáfne.

Minha louca Dáfne...
Onde estarás agora...?
Em que mares revoltos...?

Ouço o cânticos das cigarras azuis, em delírio.
Sinto o odor do âmbar negro e dourado.
E os violinos vermelhos da Alenxandria.
Será você a chamar-me...?

Afrodisia Dáfner...

A PAZ! * por Marferart ( À Noer)


A PAZ!


"Porque eu sou do tamanho daquilo que sinto,

que vejo e que faço, não do tamanho que os

outros me querem..."


http://br.youtube.com/watch?v=nC-pTIfE37Q

A PAZ!


A PAZ apeou no meu coração
E se multiplicou demais
Pois chegou qual flor em botão
E
chegou em luz tão liláz
Diminuto acorde em violão

E
fez o que a paz sempre faz
Me sorriu e me deu a mão
Me mostrou um caminho audaz
Prá poder contemplar "outra paz"
E fazer esse dia feliz demais


Á Noer Martins Paz

terça-feira, 8 de abril de 2008

AUTO RETRATO * de Helena

Helena:


Auto-retrato

Gosto do silêncio
Onde se escutam os pensamentos e o coração bater
Gosto da profundidade das águas... E da alma.
Sou do contra
Gosto da margem ...
Ascendente em fogo, alma de hippie
Pés no chão de uma estrada com direções opostas
Sou um leve papel cintilante no meio do vendaval
Um gosto picante na uva doce
Mistério acalentado na mistura de gerações


Sou um rosto em suaves mudanças
sendo levado pelo vento agressivo do tempo.
M.R.

Helena

Por Helena * Marferart




Por que me falaste de arco-iris.
Espero que perdoes esse teu velho amigo incauto.
Por vezes as palavras me soam frívolas ou latentes
Por outras ambíguas, doentes...
Mas com você insisto em ser fidalgo
Talvez por essa fisionomia que encontraste,
tão inocente, envolvente, cara de duende...


http://www.youtube.com/watch?v=-ElevYsUDO4


(Parte de, Permanecer Inválido...)


...olhei alem do horizonte, do final, depois do arco-iris
Na esperança de ver teus seios e imajinar teu leite de virgem
Quem dera colher tal seiva na glande de meu pires
E com tamanho arfar te provocar vertigem

Depois cálido, demaiar e constituir-me inválido
Capaz apenas de saciar-te aos lábios
Em outra fonte, é claro...

terça-feira, 1 de abril de 2008

A SAUDADE * por Marferart


art mar fer


A Saudade

A saudade aperta em tão breve e curto espaço...
A saudade vem em minutos de sem contato
A saudade aperta por vidas que não te ví
A saudade existe porque não estás aqui
(ou porque não estou aí...)

A SAUDADE EXISTE POR QUE SÓ SENTÍ
A saudade basta, à mim que distante estou
A saudade é fato, mesmo quanto te lí (e relí)
A saudade bate em mim porque nunca vou
(matar a saudade, que mata à mim de amor)

A saudade pode me livrar de tormentos
A saudade sabe findar esse mal tão lento
A saudade pode me levar no vento
Ao aconchego morno de Santana do Livramento
Ah! Saudade... Porque tanto sofrimento?

à Noer, PAZ

domingo, 30 de março de 2008

QUEM SABE? * por Marferart


Sentí o lenço roçar em meu rosto
Levemente, deixar um perfume bambo e suave
Sentí o afago do desafio tíbio, tênue, frouxo
o desalinho da arma branca, punhal letal, que arde

Me de safias pra ação, atitude, pro golpe final
Desafias minha emoção, meu ego rude, pra te fazer mal
Queres que eu mostre minha potência emocionada?
Queres saber dessa potência já desregrada?

Quem sabe então a noite nos trate bem
e mostre a tal felicidade?

Quem sabe a noite pense tao bem,
que ser feliz, nos seja só ambiguidades?

Quem sabe?

sexta-feira, 28 de março de 2008

EU, AVE... DAS AQUÁTICAS! por Marferart








EU AVE... DAS AQUÁTICAS

Caminho pro oceano errante
Só pra ver a onda levar
Os arranha-céus gigantes
E tantos tolos versos de bar

Lavo as mãos no rio
E o pranto na calota polar
Mendigo gotículas no assoreamento vazio
Sopro o pólen das flores no mar

Bebo do orvalho no campo vadio
Bebo do sangue no peito do abandono
Bebo o molhado em retinas no cio
E o paladar no suor do que fomos

Caem meus céus em tempestades que choram luz
Uma chuva que é lava, que lava e refaz-me jovem
Mas que sara e sobra em caras que transmudam de mil urubus
Um legado de fibras cromossômicas, nas águas que se movem

Economizar pro futuro, pro próximo, pra vida
Eu, ave, nessas águas que rasgam, que curam e fazem feridas
Eu pássaro, no veio torto da terra já tão combalida, envelhecida...
Rasgando o último canion da América que chamaram de Latina

BOCA * por |Marferart












(essa obra de arte pertence a Sol Pereira)




BOCA

Boca que de tão bela morde

Boca que por morder beija

Boca que por beijar diz

Boca que por dizer bafia

Boca que por bafiar perfuma

Boca que por perfumar seduz

Boca que por seduzir conquista

Boca que por conquistar chupa

Boca que por chupar lambe

Boca que por lamber goza

Boca que por gozar apaixona

Boca que por apaixonar manda

Boca que por mandar xinga

Boca que por xingar excita

Boca que por excitar range

Boca que por ranger ama

Boca que por amar vibra

Boca que por vibrar esgota

Boca que por esgotar dorme

Boca que por dormir geme

E de tão bela, ao gemer morde, ao morder beija

Ao beijar diz, ao dizer bafia,

Ao bafiar perfuma, ao perfumar seduz,

Ao seduzir conquista, ao conquistar chupa,

Ao chupar lambe, ao lamber goza,

Ao gozar apaixona, ao apaixonar manda

Ao mandar xinga, ao xingar excita,

Ao excitar range, ao ranger ama,

Ao amar vibra, ao vibrar esgota,

Ao esgotar dorme, ao dormir geme,

Ao gemer...



(...então liguei o radio e ouvi: ..."essa boca, muito louca,
eu quero beijar"... fui tentado a continuar. Mas desliguei.)

quarta-feira, 26 de março de 2008

QUANTOS? * por Marferart












QUANTOS?

Quando no fim de tudo, exausta
Quando cansada, finda, exata
Quando se der por satisfeita
Quando mais nada restar, farta
E então dizeres: beijos...

Quando todo o raciocínio se concluir
Quando a mente ja não instruir
Quando todo o pensamento se diluir
Quando a emoção já não influir
E findares dizendo: Beijos...

Quando em fim nada mais fluir
Quando o verso se calar, fugir
Quando a rima não mais servir
E toda a tela se fechar, ruir...
E então dizeres, no inevitável fim, beijos...

O que posso realmente esperar?
A quantos exatamente te referes?
Com o que posso contar?
Qual o findo ensejo reles?

Pra findar:"Beijos prá você"! (milhões é claro)

ÁGUA * por Marferart









ÁGUA

Água que bebi, água pra nascer, oxidada, quimera amniótica, água de tecer o ser
Água do milagre, da utópica bolsa mágica, da conserva no útero à arder
Água pra brotar, alimentar e ferver a existência, amar, fartar ao aquecer
Água da força, do sopro pra mover, do prazer, água para arremeter ao viver

Água de banhar, lavar, ceifar o mal, de refazer a luz, pra repecar, revigorar
Água pra limpar a alma, pra alimentar, revitalizar, pra benção, mea-culpa
Água para clarear, tratar, pra ensinar o caminho da barriga mater, de tornar ao lar
Água pra lavar as mãos, pro lava-pés, contrição litúrgica, perdão, confortar

Água que verti, retive, na virilha, no joelho, água ardente, de cuspir, de rasgar, de irrigar
Água de conduzir energia trôpega, de emergir, fundir, de beber no bar, de nadar, se encharcar, embriagar
Água doce, H2°, mineral, salobre, de bica, mijo, suja, vala, valão, pra emporcalhar, lambuzar
Água de declive, cry a river, calhas, caixas, de correr, colher, molhar, regar, alagar

Água que chorei, pranteei, que rasguei, que sangrei, da carne, da boca, de fazer amor
Água que sorvi, que lambi, nos sulcos, hímens, mucosas complacentes, no odor
Água de correr, descer, banhar a terra, chover, nas estações, limpa e sem cor
Água de ferver a máquina, de mover o mundo, marés, o mar, ácida, de matar, calor, a dor

Água de Recife, Tietê, do Guaíba, Além Paraíba. Águas de março, de Fernando de Noronha
Águas de Veneza, São Francisco, do Nilo, Tamisa, Danúbio, Tejo, Sena, Jordão e do Amazonas
Águas de Perito Moreno na Patagônia, de Briksdai, Sorata, Lyman, das bacias de Minas
Águas do Everest, do Kaikoura, das Cataratas do Iguaçu, do Kathmandu, do Niágara

Água oceânica, rumorosa, ruidosa, volumosa, sobre tectônicas placas surdas
Águas transatlânticas, de golfos, diamantíferas, canal do Panamá, triângulo das Bermudas
Água de benção, de batismo, de cura, de cheiro, de axé, de lenda, nos rios, nas chuvas
Água da Terra, sonho pra salvar a espécie, enquanto houver espécie, esperança de água em outros planetas, absurdas?

Água, que parece tanta, né? Parece farta, parece muita
Inverossímil, lenda, fé, parca, pelo ralo sem alma, finda
Insalubre, berra socorro ao insano ser humano, grita
Que o Senhor nos permita, que pra sempre exista
A água linda, água pura, água querida, água viva, água da vida