segunda-feira, 20 de agosto de 2007

UM SORRISO NEGRO * de Marantbarfer

Essa coisa que é dom, que envolve, ilude e anima
Que fortalece, engrandece, bálsamo que transporta e ilumina
Essa coisa que é força, inocência, atitude do bem, de mulher, de paz
Que distribui e envolve a tantos e tantos querem envolvimentos mais

Essa coisa que é razão e poder, poder ter beleza na face, na tez, na alma
Que como chuva improvável na tarde de sol embriaga, induz e acalma
Essa coisa que é raça, é luz, nos dentes alvos, sensuais, em boca rubra de amor
Que finge o desenho do sonho, da borboleta e não carne, que circunda feliz a flor

Essa coisa que é doce do mel, no sabor, na cor, no esplendor do delírio
Que como música pura envolve a alma e rouba a razão, o saber e nos condena ao martírio
Essa coisa que é fascínio, é doçura e milagre,insustentável leveza, arco íris das cores
Que não se pode tocar sob pena de morte perversa, dolore, erudita, desdita, morte de amores

Essa coisa que é quantum, brilho do quasar, que queima o olhar, indefectível e dá tanto medo
Que se move qual quadril, anti-quarup, que nos faz tão senil, fingindo ser inocente, enlace do êxtase, do enlevo
Esse ventre que dança entre os dentes, na milagrosa boca um frenético frevo
Que transforma o escuro da noite no claro do dia, o som do tardio no tilintar do cedo
E “ trás felicidade”, com malícia, dizendo: "Sou apenas um sorriso negro!"

Ah! Um sorriso negro... É milagre de Deus, teu segredo ?

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