quarta-feira, 31 de outubro de 2007

SER * de Marantbarfer

SER (canção em Am)

Ser samurai, ser shaolim
Aço virgem com marfim
Sabre protegendo o ser
Ser romancista transgressor
Ser som ensurdecedor
Como o grito de uma flor

Ter e doar paz ao viver
Olhos fartos de prazer
Perguntar e responder
Quem sou eu, quem é você
Crer, contemplar o esplendor
Ver o sol nascer, se por
E com mãos de lavrador
Semear um novo amor

Ser cio ávido prá lêr
Nas taboas do conhecer
O porque do amanhecer
Ser altruísta encantador
Um arauto redentor
Um arcanjo salvador

Ser travessia e renascer
Aura do resplandecer
Lâmina do transcender
De outro plano, de outro ser
Ser voz que acalma, paz que dura
Mãos que tratam, luz que cura
Ser constante reviver
Ser um tudo e nada ser

Anarquista, pacifista, ser amor, amor só ser...

sábado, 20 de outubro de 2007

TRÉGUA * por Nina Anin

Trégua


Reluzente espada,
Que tira a vida indomada,
Devolvendo-a a outras eras,
A amada terra.

Porque existem guerras !!
O porque da dor reserva,
A erva que se transforma,
Em grande megera.

Espada bela, tire a vida,
Da erva daninha ,
Que suga a seiva minha.

Ou atire em mim,
A espada cega, para que ,
Num só golpe minha mente tenha trégua.

domingo, 7 de outubro de 2007

ODE TORTA, AO TEMPO, CULTIVANDO PAZ! * por Marantbarfer



Ode torta, ao tempo, cultivando paz!
É ode a Nina, que transborda paz e a exerce sobre mim
De tal forma que transformo em seda o que sempre fui, cetim
Eu, larva de casulo, inseto vulgar, fico grande, em fim


A
luta, pela paz que tu trabalhas e desejas tanto
Se retrata na retórica tão reta e positiva que derramas
Se reflete no espelho de água clara, de teu pranto
E na vivência com anseio e fobia, dos teus dramas

A paz que tu cultivas e te esqueces , tão já
Estampa-se nas rugas que se riem da tua idade estúpida
A paz que trabalhastes e garimpastes, de forma tão braçal, à pá
Te olha agora, reconhecida e volumosa ao ser içada à máquina

Teus olhos vivos, latentes e cansados se mantém abertos
Se revigoram na água doce e tão azul, que provém da fonte eterna
Que se estiolam, como pássaros libertos que procuram o atol certo
Prá depois já bem cansados se unirem qual pálpebras, que hibernam


Vem a noite, a luz da lua reconhece o tanto tempo que mereces
Te ilumina toda a vida e a história com imenso zelo, e ardente desvelo
Vê teus braços e teu cansaço ao abraçar teu neto, envolto em preces
E a luz da lua nos velhos ciprestes, sustentando a neve do branco de teus cabelos

E assim o tempo passa lento à exibir teus feitos de ser poeta
E assim o tempo vira as páginas tão densas de sua vida, dos seus feitos tais
Até a última, longe ou perto, quem sabe..? Só a velha e curva flecha...
Que um dia Deus lançou e ainda viaja pelos campos, em que cultivas paz!

Por isso ouso essa ode torta ao tempo e a ti, que cultivas a paz!
Por isso ouso cada vez mais, só para te copiar, eu assim tão arcaico
Por isso esses meu versos, também tortos, tolos e prosaicos
Cansados, como quem não quer mais.
Sonhando com os campos fartos, que cultivastes, de paz!

À poetisa Nina Anin.

Me pareces tão forte e soberba. Me és tão significativa e segura, e superiora e notável.
E te insurges, notória... E te insurges, manifesto... E te insurges... E te insurges...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O VÔO DO ALBATROZ...* por Nina Mel

O vôo do albatroz...

Nenhum mar distante insufla dores...
em um semblante que se entrega...
a seu criador...sem dor ...espera apenas..
E a espera acaba em poucos minutos...
Alça o vôo como o albatroz
mas quando aterriza é um desastre...
Mas mesmo assim ele não desiste e dia após dia...
Com uma incrível disposição e não se permite...
Nem por um minuto o desânimo...
Eu tomo ou pelo menos tento tomar o seu exemplo...
Como um santo remédio...por que estando em trevas sei
Que encontrarei a luz e estando na luz sei que em
Algum lugar tem alguém muito especial que me conhece...
E que pede por mim a Deus quando estou sem forças...
Tem dias que um dia após o outro se traduz em solidão
Desespero
, desunião,desamor,dor.depressão, coisas

Corriqueiras mas insistem em aparecer e dizer que estão ali
Que estão vivas esperando que nos decepcionemos com
As horas e com os dias...chegamos as vezes a pensar em desistir
E
nos esquecemos por instantes do albatroz...

De sua persistência e perseverança....qual exemplos seguir ???
Uma simples ave, que vive tão longe de nós....
Em mar aberto ou numa enseada magnífica
A vida é bela, vale a pena viver cada minuto
E procurar a harmonia e não desistir...
Viver apenas é o verdadeiro mistério
E desafio...
E esperar sempre que o dia seguinte traga
Uma linda manhã ensolarada... para uma nova tentativa
E abrir bem as asas e alçar o vôo e voar com maestria
Para que ao retornar consigamos fechar as asas antes de
Tocar o chão...e fecha-las minutos antes de por o pé no chão
Para que a descida seja segura sem queda....


CÉU DE OUTUBRO * por Claraflor de Maio

Céu de Outubro



És o espetáculo das andorinhas cortejando a chuva
O balé das nuvens a carregar pensamentos
flores amarelas do confidente ipê
a dançarem no vento do dia de branco
partirem no eterno segundo do sinal vermelho
pra abraçar o sorriso
que levou para o trabalho a maldição bendita
praga dos anjos
o tal de amor
ilusão poética do poeta triste-alegre
Pela mão de tolos sonhos maravilhosos
coisa que faz sonhar viu nascer o raio
no céu de outubro
no céu cor de flor do cerrado
no céu do detrito federal