Agora, percebo
Que sem teu olhar de carinho e zelo
Sou presa fácil pro medo
Bebo do assaz azedo
Até ficar tronxo de bêbado
E parto daqui sem credo ou ensejo
Vago no escuro beco
No próprio tropeço do passo trôpego
Caio de cego e vesgo
E só então é que vejo
Que a sorte ficou presa no arpejo
No bico do pássaro do realejo
Agora eu só desejo
Achar que ainda é cedo
E dormir no leito que lembra o Tejo
Sonhando um sonho de enredo
Cúa moça que dança o elástico frevo
E se enrosca em meus braços foveiros e pretos
Só pra tirar meu sossego
Me olha um olhar de arremedo e chamego
E beija-me as bordas rudes dos dedos
Me morde e arrepia a ponta do queixo
Depois sussurra com dengo
Por minha orelha à dentro
É hoje... Né mesmo, meu nego?
E eu durmo meu sonho ao relento, no tempo.
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