quarta-feira, 28 de novembro de 2007

FOI BOM TAMBÉM PRÁ VOCÊ? * por Marantbarfer

Foi bom também prá você?


Então sentiste o roçar?
Mas foi tão leve, vadio
Que bom poder relembrar
Nem sei se foi quente ou frio

Então sentiste o bulir?
Prá tí foi frágil, sereno?
Fiquei tão tenso ao sentir
Que havia em tí um veneno

Algo que incendiava
Em labaredas sutís
Algo que tanto apertavas
Em tuas mãos tão febrís

Então sentiste a intenção?
Porque ficaste quieta?
Te quis morder o coração
Te invadir toda a fresta

Então sentiste minha mão?
No teu calor mais demente?
Te invadir com paixão
Num puro ato indecente

Não pude ouvir tua voz
Não pude ouvir teus gemidos
Teu contorcer tão atróz
O desvairar dos sentidos

Ah! Se eu pudesse te ver.
Só prá te enlouquecer
E perguntar sem querer
Foi bom também prá você?

PUPILAS * por Marantbarfer


Art Mar Fer
PUPILAS

Inquietante sua pupila
Mesmo não me olhando, assim meio que distante
Sua tez é verdadeira, como a minha de argila
Prometida em virar pó, quando eu tornar viajante

Inquietante sua pupila
Mesmo tão sorridente tem um jeito temeroso
É calma, porém aflita. Acalma, porém agita
Alegre ou talvez sofrida, com jeito tão amoroso

Gostei dessa sua pupila
Jamais me dispus em vê-las. Pupilas, que devo tê-las
As minhas talvez aflitas, as minhas talvez tranqüilas
Quisera poder doar-te, te ver e em teu semblante vê-las

Gostei dessa sua pupila...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

NUNCA TE PERGUNTEI...*por Marantbarfer


Estava vendo você sentada, aquí, ao meu lado.
Acho que toquei meu pé no seu.
Sentíste?

Tentei ver seus olhos, mas sempre os desvia.
Tentei ver seu queixo, sua testa, seu nariz...
Porque não olhas para mim?

Quis te dizer coisas. Mas pareces não querer ouvir.
Quando voltas à mim, falas de assuntos que eu não estava pensando
Assuntos diferentes, como a me ignorar ou a adiar o fatalismo

Estava olhando seus seios, seu colo,suas pernas.
Te ajeitastes e te recobristes.
Pudorosa.
Medrosa.
Ou ansiosa como eu?
Ou temerosa como eu?
Ou desesperada como a vida?
Ou prestes a deflagrar, louca varrida?

Silêncio!
Nada dizemos
Tudo notamos
Quis pigarrear, mas pigarrear é feio
Quis esbarrar em suas mãos
Não tem graça, suas mãos conheço de sobra
A vejo tanto... Quase tanto como sua obra.
Quis esbarrar em seus seios
Mas pisei em meus indeléveis freios
Quis por as mãos em suas coxas
Quem dera coragem. Pôxa...
Quis te abraçar num repente
Te beijar a boca
Que coragem pouca

Nunca perguntei, me amas?
Tarde demais. Peguei meu chapéu e a estrada
Nunca perguntei, me desejas?
Tarde demais. Dobrei o véu da encruzilhada

Nunca te perguntei...

DÍzimos * por Marferart

Dízimos


eu aqui, tão pardo
Incendiado
me acovardo
e tardo.

Eu aqui inebriado
desvairado ardo
Me viro de lado
E te aguardo

Escritos ocultos?
Proibidos segredo
Ficaremos tão surdos?
Retidos em medos?

Que faço do escrito que dizes fresquíssimo
Oculto prá sempre, proibidíssimo?
E com as coisas que sinto no ventre mais íntimo?

Porei na gaveta, serão nossos dízimos!

Á N.A.

BOCA PEQUENA * por Marantbarfer

BOCA PEQUENA


Essa boca tão pequena, sei que vale a pena
Tem jeito de carinho, tem jeito de carícia
Essa boca tão pequena, que provoca o poema
Tem jeito de beijinhos, tem jeito de malícia

Mas com todo respeito, eu já refeito
Recupero o equilibrio e resolvo falar amenidades
Mas logo me perco e cedo ao podre defeito
E desavergonhado volto a falar de liberdades

Bem que tento me conter
Esquecer tuas mãos, tua luz
E minhas mãos, onde pus?
Mas meu caráter indelével,
Não te consegue esquecer
E sede à vil tentação do que me arde e seduz

LIBERDADE * por Marantbarfer

Liberdade

Livre é o amanhecer, que me beija a face
Livre é o anoitecer, que me ama e parte
Livre é a luz que me penetra o sangue e ferve
Livre é a água que me lava a alma e embeve

Rasgaria portanto prantos até o fim da idade
Muito diria sobre essa enorme ambiguidade
Eu, que nem sei viver essa tal FELICIDADE

Se não tenho, quero ter!
Se a tenho, que fazer?

SEIOS * por Marantbarfer

Seios

Seios para aparar lágrimas
Anseios, para encantar as almas
Os fartos, os rijos, os belos e os feios

Murcho, caido, latente
Duro, ereto, doente
Seio único, friável, o de Carmelita
Que se o contempla, seu silêncio grita

Acoberta onde dói a dor
Emoldura onde dói o amor

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

LIBERDADE * por Marantbarfer


Liberdade

Livre é o amanhecer, que me beija a face
Livre é o anoitecer, que me ama e parte
Livre é a luz que me penetra o sangue e ferve
Livre é a água que me lava a alma e embeve

Rasgaria portanto prantos até o fim da idade
Muito diria sobre essa enorme ambiguidade

Bom seria, conhecer os campos férteis da LIBERDADE
Eu, que nem sei viver essa tal felicidade

Se não tenho, quero ter!
Se a tenho, que fazer?





sexta-feira, 23 de novembro de 2007

" O FIEL COLIBRÍ (Uma Maneira de Dizer Tchau!)" * por Marantbarfer

"Uma maneira de dizer tchau!"

Queria poder tocar suas mãos, daqui.
É muito bom vir, mas é chato todo dia ter que ir
E esse esperar infindo, por poder te bulir
Ainda bem, há seus poemas. Me emocionou muito o último que lí
Você me pareceu mais leve, mais solta, mais free
Como uma menininha, mascando chiclettes, de calça lee...

Quanto as mim, continuo te buscando aqui, alí...
Penso no tempo que há de vir, o futuro, o porvir...
Em como te fazer feliz, te servir
E prá sempre ficar, jamais partir
Como um fiel colibrí...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

AQUI FAZ FRIO! * por Marantbarfer


Aqui faz frio.
Aqui no meu coração, no meu peito
Aí está quente, dentro em você, no seu leito
E eu corroendo meus podres defeitos

As vezes penso em tua cintura, na maciez
Me vejo mordendo, lambendo tua tez
Com cuidado para não deixar marcas em tua nudez

Sei que tua língua é tenra em prosa
Como a auréola dos teus seios eretas e róseas

Mas os lábios ocultos, pétalas em flor
Além
de róseos são loucuras de amor

E eu aqui com frio
Louco por seu cio
Nas fantasias que crio...

POUSADA * por Sonia Cury

Loucura na pousada...

À noite tarde, tarde noite...
Em transe de açoite
Naquela pousada,
Eu te amei em tormento
Meus seios sob blusa carmesim
Pontudos lhe diziam sim.
Tua boca ávida, seca de prazer
Engoliu-me a ponto de deixar-me imóvel.
Tuas gostosas coxas quentes
Enlaçavam-me em frementes
Amarras do trepar,
Já na iminência de gozar...
Você arrancou minha calcinha,
Senti a delícia das tuas maos
Quando em delírio violento
Teu pênis adentrou minhas entranhas.
Renasci e acalmei o teu desejo,
Que mesmo agora ainda vejo
E sinto o ardor,
O teu gemido do gozar,
O sugar,
O morder,
O mamar,
O beijar

sábado, 17 de novembro de 2007

CAMINHANDO NO MEU DESERTO * por Marantbarfer

CAMINHANDO NO MEU DESERTO *

Ao caminhar no deserto é preciso atenção especial
Um caminhar a passos constantes em reto equilíbrio
É preciso ver o sacrário antes do prenúncio inevitável do mal fedido
É preciso ser alma lavada, elevada e bicho dos primórdios, anfíbio

Ao caminhar no deserto é preciso voar com a leveza da gazela
O flutuar prazeroso da águia que busca plena o cume do canion
É preciso o cajado de Ghandi, de Paulo, de Pedro e de Jesus, a vela
É preciso beber o ar, comer o vento, como Meishu-Sama, respirar o som

Ao caminhar no deserto é preciso saber do seu destino
Conhecer os dizeres do sol insano, termistor, que ilude
É preciso saber caminhar, dosar o ir, medir o vôo, pisar com mimo
É preciso estar em festa, rezar feliz, cantar o hino que salva e te faz imune

Ao caminhar no deserto é preciso ter chorado muito por essa e por outras vidas
Ter perdido todos os amores efêmeros que te foram possíveis viver no tempo
É preciso ser milagre do capim na areia. Querer renascer do nada. Vitimado em perfídia
É preciso desejar e colher o perdão almejado se dando de novo, sem pressa, lento

Prá caminhar no deserto é preciso se despir de tudo, lavar alma com soda cáustica e purificar com água benta
Prá caminhar no deserto é preciso começar de novo e correr perigo, reviver o amor, reaprender a crença
Um dia eu até pensei que poderia caminhar no meu deserto, mas atirei fora minha bússola e vaguei sem razão.

Mas agora acho que encontrei algo, de nome a prática do Sonen, que fala uma outra língua
Eu que já elegi a segunda pessoa que me observa e critíca.

Eu missionário de meus antepassados - Eu partícula divina...

VÁ ! * por Marantbarfer

VÁ! * Marantbarfer

Vá, meu pássaro livre, ver torres turvas e noturnas, nessa propensa Babel
Vá, para bem longe e transgride os balés azuis que compus, com o louvor
de Ravel
Vá, meu pássaro belo e leva teus olhos do mais doce aço a essas nuvens no céu
Vá, rejeitando anseios, tardios escritos, marcados a sangue em corações de papel

Vá, mas não te esqueças de mentir, pro irmão sol da manhã, que não há dor
Vá, mas não te esqueças de sentir, qual irmã lua da noite, que até houve amor
Vá, minha nuvem leveza, digníssima alteza, Imperatriz da Escócia, que trás o povo em louvor
, minha tocha acesa, caça para minha presa, culpa maior do meu ócio, que devoraria em ardor

, mas tome o rumo do atol, na ilha que me ilude, essa eqüidistante Noronha sem fim
Vá e beba da água pura, preserve o lúdico ar, e os açudes dali
Vá, mas não te esqueças de fingir para a lasciva do sol, que não estás mais aqui
Vá, mas não te furtes em sorrir para essa lúdica noite que já pergunta por ti, por mim


Vá, minha vida de ontem, meu gosto bom de romã, meu renascer, minha aurora
Vá, minha pirâmide do Egipto, meu pólen procriador, bonita flor da amora
Vá, meu fruto bom de morder, bebida que ao sorver, me faz feliz, revigora
Vá menina, que é cedo ainda e eu já passei do meu tempo. E, passarei mais ainda, ao te tornares senhora
Vá, meu ramo de flamboyant, meu renascer do amanhã, rubro-amarelo feliz, riso e fulgor dessa flora

Vá, meu amor, que já é tarde, agora...

AMAR VOCÊ! * por Sonia Curi

AMAR VOCÊ

É sentir perfume de rosas
Embora longe de jardins
É tocar as estrelas
Embora possa apenas vê-las
É ouvir a mais bela canção
Da harpa dos querubins.

Amar você
É sentir na pele
O suave roçar da chuva
O cheiro da terra molhada
Que alegra o canto do sabiá
E desperta a madrugada...

Amar você
É compor em versos d'alma
A força do sentimento.
Embriagar-me do vinho mais raro
E me perder nos mais doces
Pensamentos.

Amar você
É sentir o aroma da manhã,
O calor do sol ao nascer.
A nada se compara...
Um amor assim.
É me perder em você,
É esquecer de mim...
É meu jeito de te amar
É o meu amor...

Em fim, amo você!

PÁSCOA * por Sergio Ricardo

PÁSCOA *


Dê um CLIQUE DUPLO nesta Páscoa !

ARRASTE JESUS para seu DIRETÓRIO PRINCIPAL
SALVE-O em todos os SEUS ARQUIVOS PESSOAIS
SELECIONE-O como seu DOCUMENTO MESTRE
Que Ele seja seu MODELO para FORMATAR sua vida
JUSTIFIQUE e ALINHE À DIREITA e À ESQUERDA, sem QUEBRAS na sua caminhada
Que Jesus não seja apenas um ÍCONE

Um ACESSÓRIO ou uma FERRAMENTA
Um RODAPÉ... Mas o CABEÇALHO, a LETRA CAPITULAR
A BARRA DE ROLAGEM de seu caminhar.
Que Ele seja a FONTE da graça para sua ÁREA DE TRABALHO
O PAINTBRUSH para COLORIR seu sorriso
A CONFIGURAÇÃO de sua simpatia

A NOVA JANELA para VISUALIZAR o TAMANHO de seu amor
O PAINEL DE CONTROLE, para CANCELAR seus RECUOS
E COMPARTILHAR seus RECURSOS, ACESSAR o coração de suas amizades.
COPIE tudo que é bom DELETE seus ERROS.
Não deixe à MARGEM ninguém

ABRA as BORDAS de seu coração
REMOVA dele o VÍRUS do egoísmo.
Antes de FECHAR, coloque JESUS nos seus FAVORITOS
E sua Páscoa será o ATALHO de sua felicidade!


CLIQUE agora em OK para ATUALIZAR seus CONTEÚDOS!

O HOJE * por SONIA CURI

O HOJE – por Sonia Curi

Hoje acordei com vontade de você
Pensei em sua boca macia, sua língua
Percorrendo meu corpo
Um arrepio me toma e me faz ficar excitada

Penso no que podemos fazer,
No prazer que nos damos
No desejo que nos consome
Na distância que nos une

Um frêmito percorre meu corpo mais uma vez
Sentindo seu corpo, seu desejo
Voraz, saudoso, guloso
Fazendo me sorrir, entre beijos e gemidos

Há uma cumplicidade implícita
Há uma troca ousada de carinhos
Há a carência, o tempo, a distância
Há a vontade de ficar e não poder

Mas hoje acordei com vontade de você

FRENESÍ * por Marantbarfer

Frenesí

Os teus beijos
e seus defeitos
provocam meus desejos.

E meus medos
adormecidos são assim
acordados
por carícias.

Destas doces mãos tuas
e a bela figura nua
que pelo meu corpo transitam
e me aterrorizam
e me excitam.

Levai-me ao frenesí conseqüente
e ao prazer (in)conseqüente
faz meu corpo indolente
suado e aderente, ardente.

Mente indecente
por sobre lágrimas inocente
que chora
que sonha
correndo quente por sobre a fronha.

Ter-te em minha tez crua
sem a noção do decente
pra minha pele nua
e minha alma tua
tão caliente,
tão obediente!

Sangue corrente
em meu corpo latente
que pulsa
e expulsa
o consciente
e nos faz
quentes
frementes
deliciosamente
dementes!


Nesses dias frios, penso em coisas quentes
Me perdoe por ser tão irresponsável e indecente
Beijos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

PROMETO * por Claraflor de Maio


FLÔR DO CERRADO:

Que irei me recolher no isolamento
da idéia louca
a correr pela casa,
cheia de inspiração,
aquela mesma inspiração q saí pelos poros,
qdo o poeta é apenas um louco
perdido em sua insonitas madrugadas sonolentas
e de repente olha o céu
vê a lua
cortejada de estrelas
e se transforma no monstro,
escondido no vazio do peito,
em seu castelo de sonhos bêbados
q não calam, por mil linhas ou mil letras
a piscarem na fria caixa azul
sem mais sem menos
ele se agarra a sua magricela esferográfica
e sente-se melhor,
pq a poesia é muda,
mas está ali com ele
em todos os momentos,
q oscilam entre a loucura poética
de um aprendiz das primeiras palavras-sentimentos
a engatinharem no pensamento
e o normal do ser desumano
q retém a poesia
p tentar fazer do louco poeta
uma pessoa normal;
mas nunca serás
pq somos loucos adorados
por nosso surto poético de cada dia...

VISTO * por Laura Matos

Visto...

Ouvi a porta se abrir, e por ali entrarem fantasmas,
Metem medo pelo seu silêncio...
Tropeçam nas cadeiras e nos móveis da sala...
De repente o vento ,
Balançando doidamente as cortinas,
Eu preciso sair e me afastar destes fantasmas
E não permitir que me sigam.

O frango assado que comprei na esquina
Está ainda embrulhado...
Tintão...Tintão...Tintão...
É o ruído que eles fazem...
Pegam meu embrulho de frango ...
Abrem a porta e saem sem fazer ruído...

E vou pra rua caminhar...


(este é o pequeno poema que transcrevi para ela,
agora ele se encontra em sua cabeceira...pra que
as enfermeiras e médicos vejam que ali tem uma
poeta...) Foi escrito no dia 27/10/07

Nina Anin