terça-feira, 21 de agosto de 2007

AH! QUASE ! * de Marantbarfer

Lembro dos meus pés pequenos no Jardim de Alah
Da vontade louca de ser Captain Blue, saltar no canal e singrar o mar
Lembro das visões difusas na beleza mágica de cores e cheiros que me assombrava
Lembro do orgasmo lento que o vento alado de forma febril deixava sutil na beira da praia

Lembro de meus pés pequenos na calçada cheia de Copacabana
Da escola alegre e por vezes triste que me ensinava a fugir de viés do meu crasso drama
Depois da Cócio Barcellos, a Pedro ª Cabral, no ginasial, prá me falar de amor de esperança e paz
E aí veio a tal da Camilo, a maior idade, em plena puberdade e eu não tinha mais o apreço e o amor de pais

Lembro que depois de tudo a terra virou mundo , as coisas cresceram, tomaram porte e tudo mudou
Me entreguei de braço frouxo, conheci colossos e coloquei delicias podres em minha boca doce
Ah! "Quase que me apequenei!” E depois disso estive entregue ao vício

Veio uma vida inteira de erros e acertos, de compromissos torpes e entrega sem rubor
Daí veio uma vida inteira de acertos e erros, de descompromissos
e entregas sem ardor
E foram tantas desavenças, tantos desencontros, beijos com equívocos, grudando sem visgo
Que quase dei pra traz pela boca à dentro, que quase revidei pondo a vida em risco.
Eu moleque arisco, cisco, caucásio cerelepe, precursor de Corisco
Hoje fico aqui olhando a areia branca, a brisa, e a bruma que traduzo
Com palavras soltas, querendo ocultar como sou confuso
To aqui esperando uma mão na mão, um olho no olho, um pouquinho à toa
Quase namorar no Jardim de Alah, caminhar feliz até a Lagoa
E depois de tudo esperar por algo que eu não confesso.

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