sábado, 22 de setembro de 2007

QUARENTA GRAUS * de Marantbarfer (canção)

Quarenta Graus (A7+ - f#m7 - F - c#m7 - bm7 - Dm - G#/em - Gm )

Em Copa flui um ar, quaisquer quarenta graus
Nas curvas desse mar o chopp é glacial
Leila Dinis despiu o sonho do Brasil
Nara Leão sorriu, encanto prá quem viu

Alguém que me quer bem, nervosamente rí
E anseia em ver meu vulto blue chegando numa calça lee
Quem disse que essa atriz não sonha com Paris
A vida grita, berra e diz: Prá minha moça ser feliz

As noites são tão vís, carícias tão sutís
Um beijo viceral (brutal) no aperto dos degraus
Meus gestos tão virís, com jeito de aprendiz
Te quero fazer mal na Galeria Menescal

E no hall do Rian o chic é concordar
Que esse tal de Jan-Luc Godard é mesmo muito undergraund
Gracinha Leporace encanta no Terrace
Deixando a gente assim tão "dow"... Bobinhos como o Lobo Mau

Norma Benguel, Luz Del Fuego, Brigitte Bardot
O sol já doura o Arpoador, do Castelinho ao Redentor
São tempos de Bossa e muito amor...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

MINH'OSTRA SEREIA LOUCA-Rainha da Marezia! * Marantbarfer


Minh’Ostra Sereia Louca – Rainha da Maresia

Quando estou tão faminto é que penso e sinto a gruta escorregadia
No alimento infindo e propenso que guardas, Rainha da Maresia
Almejo-te fresca ao meio-dia, com a língua lanha, vadia
Desejo-te tenra à meia-noite, chibata feita pra açoite
Te pesco nos pobres mercados, baratos
Te caço nos debruns praianos
Te rogo, te adoro, te imploro e sonho que te devoro
Te arreganho e esquartejo bem forte, deslumbro-me com seus dotes
Mergulho na mera concha vulgar a latejar como se à milenar jejuar

Te invado com fúria latente, pungente, até ferir minha boca
Te faço espúria, perdida, ardente, Minh’Ostra, Sereia Louca
Carente, eu, imprudentemente engulo o aderente sabor do néctar em fervor
Te espero antes. Alimento eminente, agora presa vulgar , de torpe torpor
E lambo-te as belas partes, as roxas, como um cão à danar
Chupo-te completamente, Minh’Ostra, com a língua longa de tamanduá
Sedento, murmuro acalantos em prantos, enquanto te sorvo os antros
Tolo, absorvo o odor do fedor, com as narinas prenhas de horror e pavor

E quando enfim secar tua mancha rubra de moça
E quando mais nada sobrar de ti, febril e já frouxa
Quando assim, farta e acabada santa Minh’Ostra
Eu fútil te lançarei já inútil à ação das moscas
Já que assaz bêbado caminharei pelas ruas das luas
Vagando no forte calor interior da tua ácida crosta
Tonto, sentirei o fugaz enlevo das carnes nuas e cruas
E eructarei teu pobre vapor-sabor, cálida Minh’Ostra

Senhor pundonor à vomitar a pústula
Meiga dor de amor à acalentar o espúrio
Assim fará o texugo, nervo-músculo úmido e estúpido
O que sobrará de ti, esdrúxulo molusco ?
Minha Rainha da Maresia, Minh’Ostra-Sereia Louca...

Agora cansado e envergonhado, sento-me triste ao meio-fio sujo,
Fumo e bebo a bebida mais rota, só pra lavar a fétida boca.

O Segredo da Terra * de Marantbarfer


O Segredo da Terra!
"A primeira lua, oculta, guardada, à espreita
Percebe tudo e denuncia ao arredio vento
Que esvoaçante rodopia o mundo e volta brisa
Comenta de leve, toda oculta, e entrega tudo ao tempo

Esse sabe que o mar ditoso,dissimulado, a tudo ouve e tudo conta à bruma
Que amiga é e nada oculta à inesperada, frágil e dolente chuva
Que ao ir-se, românticamente se entrega frágil e apaixonada ao rei sol
E esse, despudorado, simplesmente escreve na areia da praia para que todos possam ver, o grande segredo.
E então o mundo todo sabe que és terra fértil, à ser revolvida, gostosa, à ser amada, quente e fervorosa, das puras.
O que será de tí e teu doce segredo outrora oculto?
Agora todos o conhecem, todos sabem !!!"