sexta-feira, 28 de dezembro de 2007


PRA VOCÊ!

Porque eu desejo pra você algo mais, ate

Do que desejo pra mim

E isso se deve ao fato de você ser imprescindível em minha vida

Tanto quanto a flor e o perfume que respiro

Porque eu desejo de você coisas que nem sei pedir e dizer

Coisas que só a minha ambição desmedida

E a incoerência da minha parca educação tão sofrível

Não consegue respeitar e calar

Porque meus desejos truculentos e tantas vezes desmedidos

Tropeçam e se envolvem como pés no pó

Impertinentes, tresloucados

E eu frágil e tolo nem me conheço mais

E por ser assim tão fraco e fútil

É que incompetente, me perco nas palavras

E aí preciso de recursos especiais

De talentos maiores, para dizer o que não consigo

Para cantar o que não sei

Para chorar lágrimas tão ocultas e difusas

Para mostrar o que escondo de você, de mim, da vida

E aí tenho que recorrer ao poeta de verdade

e poeta de verdade é esse que encontrei, não por acaso.

Sr. Carlos Dias, de quem lanço mão da obra agora

Para falar do que só eu (?) sinto...

Marferart – 25/Dez./2007

À Tí

Eu desejo

Que nos dias de chuva

Você se permita escutar

A melodia dos telhados

Que a mercê das mágoas

Busque lembranças que prezem

Pela alegria

Desejo que a vida lhe abrace

No dia em que você precisar

De companhia

E que o vento lhe sopre pistas

Sobre onde encontrar

Paixões e sonhos.


Carlos Dias

sábado, 15 de dezembro de 2007

OLIVIA BYNGTON * por Marantbarfer

Olivia Byngton

É preciso rastejar
Esfregar a cara num chão
Rude e muito sujo
E, num bueiro sem tampa
Um mergulho profundo

Nas baratas tantas e tontas

Do dito cujo

Pra só então merecer os braços leves e ardentes de Olívia Byngton

É preciso caminhar
Num asfalto negro de gordura
Liso, o dito cujo
Com baratas tontas e tantas
Na Prado Júnior


É preciso beber
Cruzar réu, novas poças
Nos paralelepípedos transparentes
Nos alados trilhos, magros
E num bar sombrio um trago, um samba

E aí... Cair nos braços leves e ardentes de Olívia Byington
Ainda sujo de lama e sais

AFLORA * por Maranbarfer

AFLORA

No meu perfil tem isso...
Te acho tão acima disso
Aflora tua flor no meu caminho.
Aflora teu caminho em minha flor
Se possível, dá-me tua mão.

Quero tua mão no meu caminho.

TEU FRUTO, QUEM DERA? * por Marantbarfer

Teu fruto, quem dera...


Quem dera eu poder cobrir tua alma todo dia
Cobrir com meu lençol de fogo e poesia
E te acordar por todas as manhãs de abril
Com cantos, súplicas e silvos do pássaro mais sutil

Quem dera eu poder ser único nas águas do mundo
O barco certo que navega manso qual vagabundo
Prá te colher dolente como náufraga entregue e pura
E te tratar prá sempre com a cura da mais doce fúria

Quem dera eu rasgar-te assim o fruto espúrio virgem
Com tal enlevo lamber fragrâncias do impuro hímen
E ao sorver teu leite casto roçar-te a barba, em mórbida vertigem
Soprar-te os pêlos. Cobrir c’ua fronha tua vergonha que os olhos fingem

Depois erguer à janela o lençol branco dando ao povo, fé
Que o fruto que comi é fruto dos maduros, fruto de mulher
Não apedrejem pois, a miserável ré...
Que dorme vaidosa, pois vaidosa é.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

ACORDEI...? * por Marantbarfer

Tem dia que amanhece claro e límpido!
Dia em que o sol bate à janela com veemência
Quando a claridade afirma que é findo
O tempo de se cultivar a tola carência
É um tempo de se ver como é lindo
Se entregar ao amor e a inocência

É o dia, que me sacode a cama
Cujo o sol me aquece o sangue e a alma
E tudo isso me eriça e me inflama
E me supera forte e atropela o trauma
De te amar, com coragem e sem drama
E só então te toco com a mais louca calma

Dá prá sentir na pele e no pêlo minha torpe mão?
Te causa incômodo que eu avance cego pelo teu vão?
Suavemente, há de ser, prá te encontrar o tesão
Mas, selvagemente morder a carne tenra do teu coração
E francamente, beijar-te aos gritos e gemidos de paixão

Prá no fim de tudo, depois de tudo, parar
E contemplar o palpitar do teu corpo, o arfar
Entregue e frágil como criança linda à "ninar"
Sem jeito de pedir mais ao amar
De implorar por mais um recomeçar...

Desculpe se te molhei tanto assim
É que senti ser tão bom para mim
Que me perdí no vôo intenso e sem fim...
E nos mansos delírios de querubim,
Nesse teu verão de Berlim.

Tomara que um amor entregue assim
Se espalhe pleno, qual ininterrupto carmim
Como as marcas rubras nesse lençol de cetim
Ou nas do teu corpo, de perfumado marfim
Que ainda decifro, qual complicado latin

Por hoje, fiquemos assim abraçados
Sentindo os corações tão rasgados
Também sorrirem alados
Assim tão entrelaçados
Cheirando a sexo, suados
Por gozo extenuado...

Ha!... Esse arroubo de ímpeto!
Esse êxtase infindo!
Como esse dia está tão claro e límpido!?


(será que acordei mesmo...?)

sábado, 8 de dezembro de 2007

SENTENÇA * por Nina Mel em 30/11/07 ás 01:30hs


Sentença
...que te fiz para punir-me assim,
ao acaso fui julgada e setenciada
não é justo...cadê meu telefonema...

Se cá estou presa aguardando
transporte, cadê meu advogado...
Fui julgada onde ele estava...
Que não ouvi nem apresentei ,
Os motivos que nem eu sei..

No dia em questão nem amei...
Ao menos ,quando dei por mim...
Presa...enjaulada ...aprisionada...
Onde puseram meu direitos...
Embaixo de que pedra polida...
Bruta...num canto, já em pranto
Enfrentando... seu desencanto.
O silêncio ...escavado já aos berros...
e aquele grito estarrecedor,já sem cor
jaz nos subterrâneos não antigos , mas
contemporâneos...Ah! como quero
na luz do luar alguém encontrar.
E gritar Juiz que foi que fiz
Algemada ...fui amordaçada...
Meu grito ecoou na masmorra
Meu amor impedido foi de ver-me
Privada fui de almejar ou querer.
Essa foi a sentença...perder a crença
encontrar grades dilacerantes...
sufocantes e momentos angustiantes
que lutamos , para vencer para num
último momento, amar livre como antes.


II - da série confissões


,,, Se Não Enlouqueci! * por Nina Mel

se não enlouqueci....
nem parti ...
é por que ainda não atualizei
minha página...
pelo simples receio
de perder o medo...
de abrir os olhos...
e ver quanto tempo...
se passou apesar....
de minha inconstância...
e de minha permanência...
nem sei mais do que...
queria sim sentir
um enorme e quente abraço
e num amplexo tão desejado
me perder no beijo morno e quente
insano e profano
que por meus febris desejos
passa e repassa
quanta asneirice meu amor...
quanto desejo ,quanto tomento
que maluquice... que devaneio
que mádido desejo
agora tenho apenas
uma sentença...
uma saída
fazer calar esta
" niña "
e dá-la por esquecida
é uma das saídas
acho que endoideceu
e se esqueceu....
perdoe-me
o Atrevimento
meu amor......
soi la culpada
amei muito


da série confissões
" A Fresta "
Pela porta escancarada,
Entrevejo a noite enluarada,
Em seu último esplendor
E deposito sobre o aparador
Os objetos desnecessários
Como a chave , o remédio,
A água e entrevejo um corpo
Inerte ,ausente,sem expressão
Estático quase sem vida,envolto
Em panos ou faixas, difícil
Crer que ali existe um ser
Humano com coração, com expressão
Mais ainda saber que é uma mulher
Que ama, sente , procura mais e mais
Seu semblante , sua vida
Seu pranto...um manto ,
Que a possa aquecer ,
Fazê-la esquecer as horas de agonia
Esquecer -se de seu augoz
Para encontrar sua vida.
por Nina mel

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

DOR * por Maranbarfer

DOR

A dor atinge os muros, as árvores, o pântano
A dor atinge os mares, as claves, o âmago
A dor atinge os puros, os frágeis, os brandos
A dor atinge os belos, os broncos, os lânguidos

A dor se espalha qual neve, qual chuva, qual vento
A dor não sabe de dor, tristeza ou sofrimento
A dor só flerta com almas, com vidas, no triste momento
Em que dor, como dor, é suprema e te inunda o lenço

Mas a dor também passa, também morre e se vai
Mas á ela nada resta, nem saudades, nem áis
Portanto fique firme e atenta, pois a ela dirás good-bay
E ficará apenas a beleza e a leveza de quem te deu amor e paz
Ela sim... Na saudade da ausência, não esquecerás jamais...

E ainda, saiba, que poetisas não morrem. Apenas se afastam demais.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

É Tão Lindo o Tempo! * de Marantbarfer

Carinho e saudade para NINA

É tão lindo o tempo!!!
Pena que não te vejo.
És tão linda assim, meu vento
Sinto-te como a um arpejo

Daqui te vejo pouco, qual nada
O escuro do castelo e a luz, a mão
Daqui só te imagino, és fada
Além dessas tuas mãos, te vejo o coração

Te vejo e vejo a raíz, família
Te vejo e vejo o sonho, a paz, o dentro
Te vejo e vejo a mãe, o pai, a filha
Te vejo e vejo a razão verdade, o cume, o centro

E fico a pensar porque, tão longe ficas
Seria possível haver amor assim só prá mim?
E fico a pensar porque consomes tantas vidas
A dor de amor que me rasga o pobre rim
Silêncio e escuridão para proteções sofridas


Ah! Pudesse eu abrir tuas mãos para um abraço tal
E melhor ainda, fosse esse abraço eterno e fatal
Para causar ciúmes pela terra à dentro para todo o sempre
E findar por ser, amor daqueles plenos, que fertilizam o ventre

De amor carnal que funda e confunda o visceral e nos suje ao lamaçal da mente
Um amor letal, o que abunda o bem e o mal. Dos que só saiba quem sente...

ME ADICIONA * por Marantbarfer

Me adiciona

Me adiciona, não em orkut's da vida

Não nesse vasto mundo internáutico
Mas sim nessas dores rasgadas, sofridas
Nesse desacerto interior, amargo, cáustico

Me adiciona, sim, em seu coração
Em sua vida, em baixo dos seus cabelos
Onde se esconde sua vergonha, no vão
Por baixo, por dentro, dos pelos

Me adiciona onde é raro o seu pudor
Onde ninguém vê, onde é noite e silêncio
E faça isso com medo, com loucura, com pavor
E faça isso despudorada, nua, sem documentos, sem lenço

E me ajuda a entender o que está acontecendo
Eu, que não sei mais fazer e só me rendo
E te peço ajuda com o rosto molhado, o corpo suado, sofrendo

Me adiciona e me salva
Trata da minha alma
E depois deleta, me estraga...