sábado, 25 de agosto de 2007

DEVANEIO * de Marantbarfer

Pela Luz do olhar derramar-te um mar
Violar o altar do teu colo
Macular o teu arfar, roubar-te o suspirar
O ar que respiras. Lacrimar-te os poros

Ah! Tanto que tear tuas redondilhas
Entregar-me aos teus talheres, tua fome
Fazer-te minha ilha, minha filha e Cecília
E banhar-te, pobre menina, com meu suor forte de homem

Pobre que sou, ai de mim, aqui do brejo
Vil, prenhe de tanta pobreza, sem fome, sem mesa
Eu só te constato e invejo, triste e cego
E me entrego a entrelinhas, claro e sem clareza

Caminho trôpego pelo macio da areia
Sedento, cedo a sedução da cavidade
E penso devorá-la em minha santa ceia
Enquanto acendem-se as luzes férteis da cidade

Aqui, rasgo agora o peito em plena Saara
Longe do calor da tua cama, da tua alma, teu perfume de dama
Sou teu Hebreu, minha Sara. Uva da terra, Egito, jóia rara

Caminhara e sonhara o Rei em dunas como estas, de Copacabana?
Caminho e sonho eu, agora, aqui, nas esquinas do oásis da Santa Clara
Derramei minha lágrima ao ar e busco a andar, o mar da savana.
E fico a pensar, onde andarás ,minha cara?

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