sábado, 24 de maio de 2008















SOLIDÃO

Solidão...
De manhã...

Os olhos cheios de areia
Ou seriam estrelas?

A mente cheia de sono
De um belo sonho

Dedos inábeis
Procuram as cordas amáveis


Toco "Dear Prudence"
Pois só tenho você em mente


Fiquei sedento, eu que caminho lento
Que a tanto tempo, nem tento...


Amanhece, preciso ir
Andar na orla e sentir

Tocar meu rosto, teu lenço
Ao sabor do leve vento


Ah! Meu bólido interplanetário

Faz de mim um cavaleiro templário
Que motivado por seu rijo instrumento
Voa até Livramento
E captura sua Dáfne de íris de mel


No braço másculo, que já não é
Rapta sua amada e em fuga pelo céu
Chega a doce Grécia para em fim amar
A sua Noér

terça-feira, 20 de maio de 2008

A BATALHA FINAL! *** Marferart







O amor forte e verdadeiro é possível...?

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"http://www.youtube.com/v/hId8lBg-7S4&hl=en">



A BATALHA FINAL ! * de Marferart

"As naves se alinharam silenciosamente pro último instante de concentração.
Sustentando-se no nada, flutuando no fim do recanto mais escuro do Universo.
Um último bólido prateado, com ansiedade, finalmente se agrupa aos demais
com visível e especial responsabilidade.
É o mortal guerreiro Monley Zetta, do planeta Crow, imbatível e maior esperança
guerreira em batalhas e no resgate especial que se anuncia, justo ele que a ama tanto
e não claudica em buscar o êxito, levando em seu pescoço o lenço vermelho de sua amada.
Nessa última tentativa, à preceder o combate, cem milhões de descomunais caixas de som
com quatro mil vezes mais essa quantidade em colossais alto falantes futurìsticamente dissonantes e uma quantidade superior ainda em holofotes com as cores do arco-iris, do sul
da Livramento, asteróide fronteriça interplanetária, terra natal de nossa heroína.
As luzes, em altíssima definição serão lançadas contra o alvo inimigo como prenúncio de vitória.
A canção escolhida para acalentar o embate é “Love”, de J Lennon (um artista do passado longínquo, dos primórdios mesmo, cujo o trabalho ou o que restou dele foi encontrado em escavações recentes no planêta morto de nome terra, onde ele possìvelmente esteve). Love, na remota antiguidade, era a palavra que denotava amor e muitos a cantavam com especial carinho a suas amadas, principalmente se fossem atrizes sensíveis, como é o caso da bela e adorável Bruma Noér, de Orã.
Preparem-se, a batalha será demoníaca e todo o Universo sentirá seus efeitos, nada deterá aos que amam ( e não são poucos) e querem de volta ao lar a belíssima e intrigante "Bruma Noér de Orã”, mística mistura de mulher, luz estelar e atriz.
O cronômetro zera e luzes explodem em esplendor no fim do Universo, um som ensurdecedor soma-se a luminosidade magnífica e todas as naves partem em velocidade alucinante para a grande batalha. Monley Zetta lidera a interminável frota de bólidos conduzindo-os com sua extraordinária habilidade e em breve a belíssima Bruma Noér estará de volta!
O Universo inteiro brilha, como se cem quinquilhões de quasares de super estrelas esplodissem simultâneamente. Nós todos aguardamos em júbilo, convictos que a rendição dos algozes já aconteceu. Monley Zetta já tem Bruma Noér em seus braços e a festa já pode começar.

The End

segunda-feira, 19 de maio de 2008



Eu sempre soube que a felicidade existia.
Que estava tão loge assim, eu não sabia.

sábado, 17 de maio de 2008

CONTEMPLAÇÃO NO HOJE! * de Marferart

art mar fer




CONTEMPLAÇÃO NO HOJE! * de Marferart

Hoje
Escrevi seu breve e belo nome
Na areia
O mar me olhou sorrindo
E aprovou
Nunca fiz algo tão sincero
Franco
E emocionante, em toda a minha vida

Dormiria com você
Não para tocá-la, minto,
Com minhas mãos rudes
Mas para a vigília

Contemplaria o céu e a ti
Por toda noite
Nessa alternância, daria a mão a ti e as estrelas
Como à Cecília de Creta
Com emoção e ternura
E de manhã te tocaria os lábios, te beijaria os pés
E perguntaria: "Posso servir-lhe o café?"

Tens o perfume do D'Orvillier
Vindo em seu hálito que não roubei
Na madrugada fria do sul

Depois
Com o peito prenhe
De todo amor que há nessa vida
Partiria feliz, para ganhar o dia, na rua que ferve...


Após o revolver, vem a PAZ...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

LUA E SOL, será possível...? *** Marferart


PASSEIO E RESSACA

Desci a Estrada do Pontal
Na seqüência vem a Sernambetiba
Cruzei assim do Recreio ao fim da Barra
Continuei por São Conrado, na margem.

Pela via litorânea, onde fulgiam luzes,
de raios de sol.

Manhã chegando...








O oceano é perplexão, ainda as margens do Leblon.
Até o Jardim de Alah.
Cruzei Ipanema em paz
Dobrei em direção a Lagoa, fui ver meu filho
Que mora no Humaitá, embaixo do Cristo, onde o céu é liláz
E só depois então, voltei por Botafogo, contemplando a Urca
As margens sombrias da enseada, o Pão de Açúcar.
















No fim de tarde, pelo túnel é claro, voltei a Copacabana

E, pensei: Poderia ter visto a minha Pedra de Guaratiba
Minha casa, meus cães, meus jardins
Pobre de mim...
Ah!!! Re-pensei... Isso faço amanhã.
Quando secar a bruta ferida.
Por hoje, vou colher rosas e margaridas
Que por ter nomes de mulher, são minhas preferidas

Como pode alguém ficar triste se desfruta de tal privilégio?
Quer me deixar triste? Diga-me palavras rudes e de descaso
Quer me magoar? Ignora-me monossilábicamente
Não é (quase) mais você quem está aí? Não, não é!

Mas logo supero tudo, com um bom banho frio, de mar
Um chopp gelado, um whisky e uma conversa de bar
Um violão, uma canção, um bronzeado ao luar
Só não tem arco-iris pairador, flutuando ao olhar, no ar
O que prova que a perfeição é utopia, quimera à bailar

Computador, nem pensar
Só para trabalhar, quando tudo passar.

É, parece que não vai ser tão difícil. Doloroso, talvez...

sábado, 10 de maio de 2008

TEOREMA



TEOREMA * Marferart ( a canção)

Teorema - (em)


Vulcões, mísseis, ogivas
Pulsar, barco à deriva
No mar sereias virgens
Chuva, fogo e vertigens

Adágios, romances, rajadas de vento e de mirra - caminham na luz
Jorrando qual lava gelada, qual talho na carne - mistérios na cruz
Segredos em mantras, incensos, Teatro em Pompéia - um clarão no luar
Carícias num ventre, fagulhas de amor, uma ode - num colo de mar

Tu si, ànima é core
Vulesse spremere il dulure

Magias e danças ciganas num porto em Hanói, Casa Blanca ou Berlim
Um banho de música, sonhos e de um vinho que jorra do céu sobre mim
Um raio ruidoso une reza e razão entre Roma, Rhiad e Dublin
Os rastros do RAM, dogmas do Ramadã, Tel-alViv e Teerã - Teorema sem fim

O galho treme -Tende à quebrar
Eu nada temo - Pois sei voar
Migram as aves - Desse atol
Rumam qual naves - Pro por do sol

terça-feira, 6 de maio de 2008

SÃO SEIS HORAS DA MANHÃ * Marferart

São seis horas da manhã
Ardo em febre terçã
Lua e sol nos iluminam
E nos unem como imãs

Nesse navegável cio
Há um fogo fugidío
E eu me rendo ao desafio
De acender esse pavio

De amor.... Às seis horas da manhã (3x)


Beijo e toco tua lã
E teus seios de maçã
Passarinho e flamboyant
Somos um nesse divã

Roço o verbo, o verso, a mão
E te enfeito o coração
Te desenho uma canção
E desperto um furacão

Acorda amor... São seis horas da manhã (3x)

O AVIÃO, A LUA E A PAIXÃO! *** Marferart
















A7+


O AVIÃO, A LUA E A PAIXÃO!


Um avião pro Japão passa tão rente a luz
Sem saber que flutua
Sobre meu coração

Vai avião, turbilhão, pra onde tudo é tão cedo
Leve os medos, segredos
E essa minha aflição...

Hoje o que me surpreende
Na lua tão bela e ardente
É a luz prateada que acende
Sobre o que a gente sente

Vá ver a lua vermelha
E a estrada, em poeira de estrelas
Mas leva do meu coração
O quasar de emoção

Vão avião, pelos vãos dessas ruas da lua
Leva a dor que flutua
Sobre o meu coração...


SÓ * Marferart



Queria tanto ficar só
Queria tanto não ter mais
Que contentar
Que explicar
Que re-pedir

Queria muito ficar só
Sem que houvesse dó
Tornar ao pó.

Percebo-te, paz
Conspiras costumais
Ages e admiro teu agir
É hora, agora. É o porvir
Ficou tão simples voltar
Forço feliz o sorrir

Aqui, nesse lugar
Tão diverso e singular
Aqui nesse mesmo lugar
Populoso e diversificado
Eu espero calado

Vou tentar manter-me zem
Furando a onda que vem
Quero muito ficar bem

Penso falar coisas sérias.

domingo, 4 de maio de 2008

ESSA RUA! *** Marferart













Se essa rua, se essa rua fosse tua
Deixarias tua rua assim tão nua?
Ou plantavas fantasias, arvoredos
Calmarias contra os medos
Sonhos, enredos e enlevos?

Se essa rua, se essa rua fosse tua
A deixarias assim tão crua e escura?
Ou implantarias varreduras
Aspiração, limpeza e cura à essa rua que copula
Nas esquinas tão impuras?

Será então que essa rua não é tua?
Mais que minha, não te pertence a dita cuja
A rua suja, cujo o chão impuro ainda mais maculas?

Quando nada ou pouco cuidas e o correto enganas, burlas
Com papéis, sujeiras, gimbas, sacos, lixos e mosquitos
Sobre a inútil e fútil fotos do tal Lula, que é só firula
Mas nada sabe de tua rua e de seus gritos

Ah! Essa rua, essa rua que é tão tua
Chora triste o amor que negas com essa mão tão zura
Sem apego, sem carinho, entregue a quem sequer a adula
Exceto apenas a luz tão calma e triste da sombria lua
As crianças, nossas crianças, querem uma rua
Só pra poder chamar de sua

Que seja limpa e sadia como as de outras vidas
Onde pessoas felizes viviam e cresciam queridas
Uma rua bacana, quem sabe em Copacabana, limpa e bem bonita

Perceba em quanto é tempo e cuida: “Essa bela rua é também tua!”

Se essa rua, se essa rua fosse tua
Deixarias tua rua assim tão nua?
Ou plantavas fantasias, arvoredos
Calmarias contra os medos
Sonhos, enredos e enlevos?

http://www.youtube.com/watch?v=vmgNVjIOVUI&feature=related

sexta-feira, 2 de maio de 2008

AS VEZES * por Marferart















As Vezes...
(...tempo cinza.)


As vezes faço que esqueço o abandono que existe
Que ele se veste de preto e sorri pra quem está triste

Que diz palavras sinceras, geladas como elas são
Porque bate fria a verdade, se dita pro coração?


As vezes percebo que o tempo passou voando, correndo
Falo do tempo certo pro se insurgir contra o tempo

Que passa para mim e pro outro
Feroz como um cisco no goto


Acho que já passa da hora de arregaçar mangas ao vazio
Correr pela ladeira do frio, no desepero sombrio
No entardecer, se perder, qual a cor desse casario

E incluír-se entre o povo, disfarçadamente
Em passadas comuns, entre pessoas dolentes

Que desfilam suas dores ocultas nessa cidade doente

E ser assim tão comum Ser só mais um
Que espremeu o sonho vão

Na palma esquerda da mão

As vezes esqueço o dia
Nas gavetas da apatia
E sopro com força um vento

Que quer refrescar Livramento

Mas como não se noticiou
Em nenhum jornal de furor
Sobre o tal sopro de amor
(Vê como está cinza essa dor..?)
Volto então ao começo
E viro tudo de avesso

Já certo que não mereço
As vezes faço que esqueço...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

ÁGUA E CHUVA DE VIDA * por Marferart









ÁGUA E CHUVA DE VIDA


Agora é gota leve que se molda
Rompe espaço para ser livre, lúdica, ávida luz
Se derrama à gelosia, sublime translúcida

Já foi centelha, foi volume, foi horda
Saltou da calha pra ser única, graça, plus
Tão fria e firme na membrana da noite úmida

Pálida cor de moça, intempérie do mar
Já foi nascente, córrego, rio, lodo de atol
Subiu aos céus e ao terceiro dia foi nuvem no arrebol

Se foi da poça, em ar, oculta ao luar
Voltou cortina, entre o barco e o farol
E, sempre há de vir dançar a dança do sol

Voa em pingos à tarde, aos domingos
Da folha ao chão, diamante de vulcão
Cascatas, corredeiras, tempestades, jorram em meu coração

Faz do meu rosto, um herege limbo
Vem suor, vem saliva, gozo em trovão
Desce
em mim qual liberdade, cântico de oração


Torrente de paixão. Vem em lágrima, sal no meu rosto
Vem suor de exaustão, vem mágoa que lava o desgosto
Vem água, nódoa, chuva da vida que me lava o corpo
Amálgama cachaça do meu bar, vem malograr teu tribuno já tão morto
Mas traz nas gotículas de brisa leve, que é a PAZ de amor que ama e chamo

VÁ * Marferart
















Vá ser Sylvia Bandeira na vida minha filha...
Já que sonhas em ser atriz de primeira

Ser porta-voz da mulher brasileira

Panfleteira feroz do teatro, guerreira
Se topas lutar nas coxias, nos bastidores, nas beiras
Vá ser Sylvia Bandeira na vida, minha filha...


Lutar por um todo, embora só como a frágil ilha

Se queres assim. Que sejas qual Bibi, Cacilda, Marilia
Mas com a imponência, beleza e talento da Sylvia,

Se queres desbravar, decorar. Interpretar, viver tantas vidas

Viver emoções, polêmicas, satíricas, dores de outras feridas
Se queres assim, minha filha querida

Vá ser Sylvia Bandeira na vida...

(À magnífica e gentilíssima Sylvia Bandeira, sobre Roberta Valente)