terça-feira, 11 de dezembro de 2007

ACORDEI...? * por Marantbarfer

Tem dia que amanhece claro e límpido!
Dia em que o sol bate à janela com veemência
Quando a claridade afirma que é findo
O tempo de se cultivar a tola carência
É um tempo de se ver como é lindo
Se entregar ao amor e a inocência

É o dia, que me sacode a cama
Cujo o sol me aquece o sangue e a alma
E tudo isso me eriça e me inflama
E me supera forte e atropela o trauma
De te amar, com coragem e sem drama
E só então te toco com a mais louca calma

Dá prá sentir na pele e no pêlo minha torpe mão?
Te causa incômodo que eu avance cego pelo teu vão?
Suavemente, há de ser, prá te encontrar o tesão
Mas, selvagemente morder a carne tenra do teu coração
E francamente, beijar-te aos gritos e gemidos de paixão

Prá no fim de tudo, depois de tudo, parar
E contemplar o palpitar do teu corpo, o arfar
Entregue e frágil como criança linda à "ninar"
Sem jeito de pedir mais ao amar
De implorar por mais um recomeçar...

Desculpe se te molhei tanto assim
É que senti ser tão bom para mim
Que me perdí no vôo intenso e sem fim...
E nos mansos delírios de querubim,
Nesse teu verão de Berlim.

Tomara que um amor entregue assim
Se espalhe pleno, qual ininterrupto carmim
Como as marcas rubras nesse lençol de cetim
Ou nas do teu corpo, de perfumado marfim
Que ainda decifro, qual complicado latin

Por hoje, fiquemos assim abraçados
Sentindo os corações tão rasgados
Também sorrirem alados
Assim tão entrelaçados
Cheirando a sexo, suados
Por gozo extenuado...

Ha!... Esse arroubo de ímpeto!
Esse êxtase infindo!
Como esse dia está tão claro e límpido!?


(será que acordei mesmo...?)

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