domingo, 7 de outubro de 2007

ODE TORTA, AO TEMPO, CULTIVANDO PAZ! * por Marantbarfer



Ode torta, ao tempo, cultivando paz!
É ode a Nina, que transborda paz e a exerce sobre mim
De tal forma que transformo em seda o que sempre fui, cetim
Eu, larva de casulo, inseto vulgar, fico grande, em fim


A
luta, pela paz que tu trabalhas e desejas tanto
Se retrata na retórica tão reta e positiva que derramas
Se reflete no espelho de água clara, de teu pranto
E na vivência com anseio e fobia, dos teus dramas

A paz que tu cultivas e te esqueces , tão já
Estampa-se nas rugas que se riem da tua idade estúpida
A paz que trabalhastes e garimpastes, de forma tão braçal, à pá
Te olha agora, reconhecida e volumosa ao ser içada à máquina

Teus olhos vivos, latentes e cansados se mantém abertos
Se revigoram na água doce e tão azul, que provém da fonte eterna
Que se estiolam, como pássaros libertos que procuram o atol certo
Prá depois já bem cansados se unirem qual pálpebras, que hibernam


Vem a noite, a luz da lua reconhece o tanto tempo que mereces
Te ilumina toda a vida e a história com imenso zelo, e ardente desvelo
Vê teus braços e teu cansaço ao abraçar teu neto, envolto em preces
E a luz da lua nos velhos ciprestes, sustentando a neve do branco de teus cabelos

E assim o tempo passa lento à exibir teus feitos de ser poeta
E assim o tempo vira as páginas tão densas de sua vida, dos seus feitos tais
Até a última, longe ou perto, quem sabe..? Só a velha e curva flecha...
Que um dia Deus lançou e ainda viaja pelos campos, em que cultivas paz!

Por isso ouso essa ode torta ao tempo e a ti, que cultivas a paz!
Por isso ouso cada vez mais, só para te copiar, eu assim tão arcaico
Por isso esses meu versos, também tortos, tolos e prosaicos
Cansados, como quem não quer mais.
Sonhando com os campos fartos, que cultivastes, de paz!

À poetisa Nina Anin.

Me pareces tão forte e soberba. Me és tão significativa e segura, e superiora e notável.
E te insurges, notória... E te insurges, manifesto... E te insurges... E te insurges...

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