quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

SONETO DA FIDELIDADE * V. Moraes

Soneto da fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento antes,
e com tal zelo, e sempre, e tanto
que mesmo em face do maior encanto dele se encante mais
meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento e em seu
louvor hei de espalhar meu canto e rir meu riso e derramar meu
pranto ao seu pesar ou seu contentamento. e assim, quando mais
tarde me procure quem sabe a morte, angústia de quem vive quem
sabe a solidão, fim de quem ama eu possa (me) dizer do amor
(que tive): que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinícius de moraes)

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