quinta-feira, 1 de maio de 2008

ÁGUA E CHUVA DE VIDA * por Marferart









ÁGUA E CHUVA DE VIDA


Agora é gota leve que se molda
Rompe espaço para ser livre, lúdica, ávida luz
Se derrama à gelosia, sublime translúcida

Já foi centelha, foi volume, foi horda
Saltou da calha pra ser única, graça, plus
Tão fria e firme na membrana da noite úmida

Pálida cor de moça, intempérie do mar
Já foi nascente, córrego, rio, lodo de atol
Subiu aos céus e ao terceiro dia foi nuvem no arrebol

Se foi da poça, em ar, oculta ao luar
Voltou cortina, entre o barco e o farol
E, sempre há de vir dançar a dança do sol

Voa em pingos à tarde, aos domingos
Da folha ao chão, diamante de vulcão
Cascatas, corredeiras, tempestades, jorram em meu coração

Faz do meu rosto, um herege limbo
Vem suor, vem saliva, gozo em trovão
Desce
em mim qual liberdade, cântico de oração


Torrente de paixão. Vem em lágrima, sal no meu rosto
Vem suor de exaustão, vem mágoa que lava o desgosto
Vem água, nódoa, chuva da vida que me lava o corpo
Amálgama cachaça do meu bar, vem malograr teu tribuno já tão morto
Mas traz nas gotículas de brisa leve, que é a PAZ de amor que ama e chamo

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